O fim da escala 6×1 voltou ao centro do debate nacional após o avanço de uma proposta no Congresso que limita a jornada semanal a no máximo cinco dias de trabalho.
O modelo atual, amplamente utilizado no Brasil, permite seis dias consecutivos de trabalho para apenas um de descanso, prática comum em setores como comércio, serviços, saúde e transporte.
A proposta prevê uma transição gradual da jornada de 44 horas semanais para até 36 horas, sem redução salarial.
Além disso, estabelece dois dias consecutivos de descanso semanal, preferencialmente aos fins de semana.
O objetivo, sobretudo, é alinhar o Brasil a tendências internacionais de redução da carga horária e valorização do tempo de descanso.
Quem ganha com o fim da escala 6×1
Trabalhadores são apontados como os principais beneficiados pela mudança.
Afinal, a ampliação do período de descanso pode melhorar a qualidade de vida, reduzir o estresse e diminuir problemas de saúde associados à sobrecarga de trabalho.
Especialistas em relações trabalhistas destacam que jornadas mais curtas tendem a elevar o bem-estar e, em muitos casos, a produtividade.
Outro ponto positivo é o impacto social. Com mais tempo livre, trabalhadores podem investir em qualificação profissional, lazer e convívio familiar.
Estudos internacionais indicam que semanas de trabalho mais curtas não necessariamente reduzem a eficiência, especialmente em atividades administrativas e de serviços.
Quem pode perder ou enfrentar desafios
Do lado das empresas, o principal desafio está na reorganização das escalas.
Negócios que funcionam todos os dias da semana, como supermercados, hospitais e transporte público, podem precisar contratar mais funcionários ou rever turnos para manter a operação.
Pequenas e médias empresas demonstram preocupação com o aumento de custos operacionais, especialmente em setores com margens apertadas.
Há também o receio de que a mudança gere impacto nos preços ao consumidor, caso os custos adicionais sejam repassados.
O que ainda pode mudar no texto
Apesar do avanço, a proposta ainda precisa passar por novas votações antes de se tornar lei. Parlamentares discutem, por exemplo, ajustes no prazo de transição e exceções para atividades essenciais.
O consenso, porém, é que qualquer alteração deve evitar perda salarial ou intensificação do trabalho.
Um debate que vai além da escala 6×1
O fim da escala 6×1 simboliza uma discussão mais ampla sobre produtividade, saúde mental e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Enquanto trabalhadores enxergam ganhos claros, empresas defendem cautela e adaptação gradual. O desfecho dependerá do equilíbrio entre proteção social e sustentabilidade econômica.
