Investimentos 2023: O que esperar dos Fundos Imobiliários?

Em meio as incertezas fiscais do cenário atual, os FIIs de “papel” que fazem investimentos em renda fixa atrelados ao mercado imobiliário, devem começar o ano novo com um horizonte mais promissor do que a dos fundos de “tijolo”, que investem diretamente em imóveis, disse ao InfoMoney, Danilo Barbosa, head de research do Clube FII.

Na visão do profissional, esta recente queda de 7% nos últimos dois meses no mercado de fundos imobiliários, trouxe oportunidades s tanto entre os FIIs de “papel” como para os fundos de “tijolo, que permanecem sendo negociados abaixo do valor patrimonial.

Danilo, porém, diz que os FIIs de “papel” acabam ficando blindados da preocupação atual do mercado financeiro com o equilíbrio fiscal do Brasil e, com isso, abrem 2023 em uma situação mais cômoda do que os fundos de “tijolo”.

Geralmente, os FIIs de papel adquirem títulos como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), uma espécie de pacote de receitas futuras das companhias do setor imobiliário, como por exemplo, aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos, vendido aos investidores. De maneira geral, o papel embute um rendimento prefixado e a correção monetária por um indicador, que geralmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou o IPCA.

Por conta desta sua característica, a rentabilidade dos FIIs de “papel” seguiu o crescimento dos preços e dos juros no Brasil ao longo dos últimos anos, e os fundos chegaram a obter uma valorização de cerca de 30% em 12 meses. Diante da chegada da deflação no terceiro trimestre, o cenário se alterou e esse tipo de ativo perdeu uma parcela de sua atratividade.

Porém, em meio as incertezas ligadas a política fiscal do futuro governo que será comandado por Lula, os FIIs de “papel” retornaram ao radar. Isso pois esses fundos ficariam blindados das possíveis consequências de um aumento nas despesas públicas – isto é, crescimento da inflação e, consequentemente, dos juros.

Da mesma forma que os rendimentos dos CRIs adquiridos pelos FIIs de “papel” são reduzidos quando o indexador cai, os dividendos também são reajustados para cima quando o indicador aponta crescimento  nos preços.

“(Sendo assim se continuarmos com as mesmas perspectivas macroeconômicas que temos hoje, eu acredito que os fundos de ‘papel’ devem ter uma performance muito melhor do que a dos fundos de ‘tijolo’ em 2023”, projetou Barbosa ao InfoMoney.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.