Instituições financeiras brasileiras estão se sentindo ameaçadas com a chegada de uma gigante chinesa. Na última segunda-feira (6), o grupo XCMG, considerado um dos maiores fabricantes de maquinário pesado da China, anunciou a abertura de um Banco no Brasil para financiar fabricantes de máquinas e outras empresas do setor.
A operação está prevista para começar ainda no primeiro trimestre desse ano e deverá impactar o cenário econômico de todo o país.
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Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Wang Min, presidente do XCMG, informou que a instituição fornecerá novos serviços e taxas diferenciados para os brasileiros.
“O banco pretende ajudar muito a infraestrutura brasileira, oferecendo máquinas melhores a juros baixos”, declarou.
Com a chegada do grupo, os possíveis principais afetados no Brasil será o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil, uma vez em que ambos trabalham com serviços similares e terão que lidar com uma concorrência direta, até então desconhecida.
O XCMG anunciou que desejará financiar cerca R$ 300 milhões pelos próximos cinco anos. Seu funcionamento é conhecido mundialmente, entretanto será a primeira vez em que apostará em um serviço bancário.
O processo de negociação com o Brasil vem ocorrendo desde o início da gestão do atual presidente, Jair Bolsonaro, e foi sancionado em outubro do ano passado, a partir da autorização para instalar-se no país.
Na sequência, durante o mês de novembro, para dar início as atividades financeiras, a China injetou mais de US$ 100 bilhões no Brasil, por meio de pelo menos cinco fundos estatais. Além disso, Pequim também demonstrou interesse na negociação, expandido seu crédito por meio de seus bancos no Brasil.
Até agora, o Banco do Brasil e o BNDS não se posicionaram sobre a chegada das marcas. Ambos são consideradas as principais instituições financeiras do país e possivelmente serão afetadas.
Entretanto, segundo os especialistas, ainda é cedo para dimensionar os impactos das internacionais na economia nacional.
Por se tratar de um novo negócio, supõe-se que haja também uma resistência por parte dos investidores brasileiros que já estão acostumados com a credibilidade e confiança dos bancos nacionais.