Bolsa Família tem recorde de inscrições após atraso no auxílio emergencial

O mês de março de 2021 fechou com um número recorde de inscrições no programa Bolsa Família. Segundo o Ministério da Cidadania, a quantidade oficial de beneficiários é de 14.524.150 milhões. Porém, devido ao atraso no auxílio emergencial em 2021, o programa de transferência de renda ganhou 259.186 novos cadastros no mês de fevereiro.

Bolsa Família tem recorde de inscrições após atraso no auxílio emergencial
Bolsa Família tem recorde de inscrições após atraso no auxílio emergencial (Imagem: Reprodução/Google)

Embora os registros tenham crescido exponencialmente, cerca de 1,1 milhão de brasileiros permanecem na fila de espera para receber algum suporte financeiro por parte do Governo Federal.

Esta parcela da população se enquadra nos requisitos de baixa renda e vulnerabilidade social impostos para contemplação no programa de transferência de renda.

O recorde de beneficiários do Bolsa Família até então, havia sido atingido no mês de maio de 2019, mediante 14,33 milhões de famílias cadastradas. Daquele momento em diante, o Bolsa Família gerou uma nova lista de espera ao promover uma seleção minuciosa para o programa. 

No mês de maio do ano passado, último período antes do agravamento da pandemia da Covid-19 no país, o Bolsa Família teve 1.216.046 novos integrantes. Este número se estabilizou com a criação do auxílio emergencial, embora tem crescido novamente devido às incertezas sobre a manutenção do novo programa em 2021. 

Na oportunidade, o sociólogo do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), Ivan Prates, explicou como funciona a equação do crescimento. Para ele, fica claro que o aumento no número de inscrições no Bolsa Família provêm dos impactos econômicos causados pela pandemia.

O especialista ainda lembrou sobre o desemprego em massa, que levou muitos cidadãos a contarem com o auxílio emergencial como única fonte de renda. 

“Essas pessoas ficaram na ‘borda da pobreza’ graças ao auxílio emergencial. Após o término do benefício, e impulsionados pelo desemprego, o Bolsa Família se tornou um refúgio”, alegou.

Também foram apresentados alguns dados do mercado de trabalho publicados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A apuração indica que no ano de 2020, cerca de 7,3 milhões de trabalhadores perderam os postos de trabalho. Deste total, a cada dez brasileiros, sete não possuíam assinatura na carteira de trabalho, ou seja, 5,053 milhões de brasileiros.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.