A crise causada pela pandemia do coronavírus não poupou os três maiores bancos do Brasil, o Itaú Unibanco, Bradesco e Santander que fecharam 2020 com uma queda de 24,6% no lucro líquido. No total, somou-se R$51,8 bilhões nas três instituições financeiras.
A razão da queda foi principalmente o aumento das despesas para cobrir possíveis inadimplências, as chamadas provisões para devedores duvidosos, ou PDDs, que ceresceram 44%, para R$ 78,4 bilhões, superando os ganhos do período.
Mas, na visão dos bancos, o pior parece ter ficado no passado. Nos últimos três meses de 2020, eles já registravam alguma melhora, o suficiente para animar os executivos que estão a frente das instituições.
O banco Bradesco registrou no último trimestre de 2020, por exemplo, seu maior lucro líquido para um período de três meses, quando atingiu R$6,8 bilhões. Com esse resultado, o banco bateu o rival Itaú, superando seu lucro trimestral pela primeira vez desde a fusão com o Unibanco.
Devido a estes resultados melhores, os bancos conseguiram aumentar a rentabilidade. Os três registraram avanço no retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROE, em inglês), porém ainda abaixo dos níveis obtidos em 2019.
O melhor resultado foi obtido pelo Santander, com 20,2%, tirando do Itaú Unibanco o título de mais rentável no Brasil. Mas, o fato de ter provisionado menos do que seus pares para a crise, contribuiu para este resultado.
Os bancos puderam contar com um cenário mais favorável nos últimos meses do ano passado. Devido a reabertura gradual da economia, foi possível diminuir as despesas voltadas para a cobertura de PDDs e elevar as receitas com prestação de serviços.
As instituições conseguiram também elevar os empréstimos para pessoa física, mudando o foco do início da pandemia que estava direcionado para as empresas.
Mesmo que 2021 seja visto como um ano mais otimista, ele ainda começou com incertezas. O auxílio emergencial chegou ao fim, impactando diretamente o bolso dos brasileiros, e a retomada da ajuda ainda é dúvida.
Como consequência, deve crescer o número de pessoas a procura de trabalho. Não bastasse isso, algumas partes do Brasil voltaram endurecer as medidas de isolamento social, em decorrência do avanço do número de casos e mortes pela covid-19.