O governo de Jair Bolsonaro realizou neste ano de 2019, o cancelamento do Bolsa Família para alguns cadastrados. A ideia foi filtrar quem realmente necessita do benefício, e exluir aqueles com irregularidades. No entanto, segundo reportagem divulgada pelo UOL, a atitude prejudicou os mais pobres por todo o país.
O Bolsa Família foi criado no ano de 2003, pelo ex-presidente Lula. Desde o início faz a transferência de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no país.
Após assumir a Presidência do Brasil, Jair Bolsonaro propôs uma série de mudanças no programa. A ideia é tornar o sistema mais parecido com o novo governo, e desvincular o Bolsa dos exs presidentes.
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A fim de mostrar que o pente fino que fez o cancelamento do Bolsa Família em diversas regiões do país, na verdade, não foi de sucesso. O portal UOL compartilhou uma reportagem com casos em que o fim do benefício foi prejudicial aos mais pobres.
Apresentando, por exemplo, uma família que vive na periferia sul de Maceió, Alagoas. Residindo em um apartamento de 40 m² , com 12 pessoas. Aurenir Maria da Silva,é marisqueira e vive no local com seus oito filhos, três netos e um cão.
Em entrevista ao portal UOL, a beneficiária contou que chegou a ficar contente com o pagamento do 13º no programa, mas que isso virou uma tristeza.
“Eu esperei tanto esse valor. Mas a verdade agora é que para sobreviver estou recebendo doações. É muito complicado, um Natal da fome passarei”, disse Aurenir.
Ela conta que recebia R$380 mensais, até o mês de outubro. Mas, o benefício foi suspenso por conta dos filhos não manterem frequência escolar, o que segundo Aurenir nunca aconteceu “Mas meus filhos não faltam aula, nunca tive problema. Não entendi o que houve”, contou.
Agora, sem o benefício, essa família está vivendo de ajuda de uma Organização Não-Governamental (ONG), chamada Manda Ver.
Essa ONG, já atua nessas áreas há um tempo, ajudando as famílias que necessitam. A assistente social que faz parte do projeto, Rosângela Melo, ajuda no projeto a um ano e meio e disse que nunca viu as famílias desse local passar tanta necessidade como agora.
A voluntária acredita que há erro de comunicação no momento de fazer o cadastro dos beneficiados. Muitas vezes, segundo ela, as famílias perdem o salário porque não se atentam as condicionalidades do programa.
Isto é, as condições para se manter no sistema e não perder o pagamento mensal. Rosângela exemplificou a falta de informação sobre atualização do cadastro com a mudança de endereço, frequência escolar e etc.
Ha fortes indícios de que a partir de 2020 o Bolsa Família seja reformulado, mas os recursos destinados para o programa são poucos. Tanto, que não houve informações ou planos para incluir o 13° salário como vitalício.
Para não sofrer com o cancelamento do Bolsa Família é preciso seguir todas as regras, manter os dados atualizados no sistema e ter renda entre R$89 e R$170 mensais, por pessoa.