Novo salário mínimo fica acima da inflação. Na última semana, o governo confirmou a base do piso nacional válido para 2021. O valor anterior de R$ 1.045 agora passa a ser de R$ 1.100, o não repõe a inflação acumulada em 2020. Dessa forma, espera-se que o brasileiro passe a viver com menos.
A virada de ano parece não ser tão otimista para parte significativa da população que vive com as contas apertadas. A se considerar os efeitos da inflação dos alimentos, gás de cozinha e demais aumentos registrados em segmentos como saúde e habitação, o atual salário mínimo apresenta um valor insuficiente.
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o atual Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para a definição do piso nacional, acumulou uma alta de 5,45% em 2020. No entanto, o reajuste do governo para a correção do salário foi com base no índice de 5,26%.
Mas o que isso significa?
O efeito de tal decisão é que o brasileiro passará a operar com o custo de vida mais alto e um valor inferior para sustenta-lo.
Ou seja, enquanto o valor das cobranças e despesas para a manutenção de direitos básicos vem sendo reajustado de forma mais alta, o salário do cidadão não terá um aumento real, ficando ainda abaixo da média esperada.
De acordo com levantamentos feitos pelo Dieese, atualmente o custo de vida de uma família brasileira com 4 pessoas precisa ser 5 vezes maior que o salário ofertado. Dessa forma, a população precisará reorganizar as contas e fazer cortes ainda maiores, se possível.
Governo afirma que novo salário mínimo é reflexo da crise
Questionado sobre os indicadores negativos, o ministro da economia, Paulo Guedes, alegou que se trata de um reflexo da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com ele, a decisão do novo piso nacional, apesar de não ofertar um aumento real para a população, irá gerar uma despesa de bilhões nos cofres públicos.
Tal afirmação se dá mediante ao fato de que o salário mínimo é utilizado como base para definir os pagamentos do INSS e demais benefícios trabalhistas como o abono salarial e seguro desemprego.
Isto é, quanto maior for a correção do piso nacional, mais o governo deve gastar, o que justifica tamanha falta de interesse em propor um aumento significativo para o trabalhador.