Brasileiros terão que pagar ainda mais caro pelo botijão de gás. Pesquisas com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgadas nessa segunda-feira (12), mostraram uma nova inflação no território nacional. O preço de abastecimento de gás de cozinha está com uma alta de 9,24%, o dobro do fechamento de 2020.
Normalmente, o valor gasto em um gás de cozinha tende a ficar entre R$ 50 e R$ 70. No entanto, com o atual cenário econômico brasileiro, a população passou a pagar cerca de R$ 105 no produto.
Trata-se de maior alta da história, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação no gás de cozinha está 4,52% maior que no último ano, o que significa que a população mais pobre deverá ser gravemente atingida.
A grande maioria dos consumidores do combustível são aqueles que moram em casas de baixa estrutura, onde é preciso do botijão para cozinhar.
Atualmente, para custear um botijão de 13 quilos é preciso pagar até R$ 105. O preço médio tende a ser de R$ 75, porém há variações de acordo com as regiões onde o cidadão reside.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o cenário deverá se manter ao longo de todo o ano.
É válido ressaltar que, antes da pandemia, o preço de sua comercialização estava entre R$ 69.
Queda no consumo do botijão de gás
De acordo com o professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, um dos principais motivos para a evolução dos preços diz respeito a redução de demanda.
O gás está sendo cada vez menos comprado, afirmou o pesquisador, fazendo com que sua taxação fique ainda maior.
Ele explica que o consumidor passou a controlar o uso para evitar novas despesas, o que significa uma redução do poder de compra no mercado que contrapartida reage com o aumento dos preços.
“O preço do gás de cozinha é determinado por variantes externas, como o dólar e a cotação do petróleo. O petróleo recuperou-se no fim do ano passado depois de experimentar uma queda considerável de preço no início da pandemia. O dólar está atrelado a fatores internacionais e a expectativas sobre a economia brasileira”, reforçou.