Quem desejar investir na poupança em 2020 precisará ficar atento. Segundo um cálculo realizado pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a rentabilidade de caderneta da poupança será ainda menos atrativo para os brasileiros.
O motivo da queda deve ser relacionado a nova taxa básica de juros que agora está em um piso histórico de 4,5% ao ano.
Com a Selic abaixo de 8,5%, a correção anual do investimento passará a ser limitada a um percentual de 70% dos juros básicos mais a Taxa Referencial (TR, que está em zero desde 2017).
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A pesquisa mostrou que graças a tais estatísticas, a poupança só está rendendo apenas 0,26% ao mês e 3,15% ano. Tornando o valor do investimento descoberto em 2020.
Espera-se que a IPCA esteja em 3,6% e que a Selic em dezembro do próximo ano seja de 4,5%, fazendo a poupança ter um investimento negativo de 0,43%.
Segundo a Economatica, essa é uma das maiores baixas da história. A pesquisa afirma que desde 2015 não houve um ganho real no acumulado da caderneta de investimentos.
Simulação de perda e cálculo
No ano que vem, quem realizar os depósitos não contará com lucros incríveis e poderá ter prejuízos. Professor da FGV, Fábio Gallo, mostrou que ao investir R$ 1 mil, o cidadão terá um saque, após 12 meses, de R$ 1.031,50.
Entretanto, a quantia será reduzida para R$ 994,37 por causa da inflação projetada, resultando em uma perda de R$ 5,63.
“Ninguém gosta de saber que, descontada, a inflação, vai estar perdendo, mas também é errado falar que não vale nada investir na poupança. A renda fixa tem que ser vista como parte da carteira para reduzir o risco”, pontuou.
Os investidores com mais experiência no mercado ressaltam que esse é um momento para arriscar em outros tipos de serviço e que é preciso ficar atento para não perder dinheiro. E dizem que a poupança deve ser vista como uma reserva de curto prazo, não precisa necessariamente ser descartada.
Para quem a poupança ainda vale a pena?
- Para aqueles que guardam dinheiro em casa;
- Pessoas com pouco dinheiro e que conseguem economizar apenas pequenas quantias a cada mês;
- Para quem busca aplicações com possibilidade de resgate de curto prazo, daqui a alguns meses;
- Para quem quer ter um “fundo de reserva” para emergências, já que o dinheiro pode ser sacado a qualquer momento;
- Para investimentos mantidos na chamada poupança antiga (depósitos realizados até maio de 2012), cujo rendimento permanece em 6,17% ao ano.