O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central em uma decisão unânime, manteve a taxa básica de juros, Selic em 2% ao ano. Esta foi a última reunião do comitê em 2020.
Com a decisão, a taxa Selic permanecesse no menor patamar da história. A taxa foi mantida em 2% pela terceira vez consecutiva.
A decisão do comitê acontece em paralelo à alta dos preços. No último mês, o IPCA, que é o índice oficial da inflação no Brasil, somou 0,89%. No acumulado dos últimos doze meses até novembro, a inflação foi de 4,31% acima do centro da meta da inflação para 2020, de 4%.
O aumento nos preços dos alimentos tem sido um dos principais fatores na disparada da inflação nos últimos meses.
De acordo com analistas, o que vem acontecendo é decorrente do aumento no dólar, que acabou incentivando os produtores a exportarem em maior quantidade, movimento que consequentemente reduziu a oferta no mercado interno. O auxílio emergencial do governo também causou um aumento no consumo.
A respeito da disparado dos preços, o Copom afirmou através de nota que as últimas leituras de inflação vieram acima das expectativas, e que no último mês do ano, os índices ainda devem ser elevados. O comitê segue afirmando, porém, que os aumentos recentes são passageiros.
O comitê fala também que brevemente, as condições para manutenção do “forward guidance”, a orientação futura, que indica a manutenção dos juros se respeitadas algumas condições, podem não ser mais atendidas. De acordo com a nota, isto não acarreta em um crescimento imediato da taxa básica de juros já que a economia ainda necessita de estímulos monetários.
“No cenário de retirada do ‘forward guidance’, a condução da política monetária seguirá o receituário do regime de metas para a inflação, baseado na análise da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos”, diz a nota do BC.
Por fim, o Copom destacou a importância de preservar o processo de reformas e ajustes na economia e ressaltou que “questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”.