Nesta quinta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro vetou a distribuição de 100% de lucro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aos trabalhadores brasileiros. No ano passado o fundo rendia mais aos brasileiros do que a caderneta da poupança. Logo, surgiu a dúvida, se o ideal é deixar o FGTS render ou usufruir do saque imediato e aniversário é a melhor solução.
Essa decisão faz com que voltasse a valer a regra antiga de divisão de 50% do lucro obtido pelo fundo.
A repartição integral do lucro, ou seja, 100% constava na medida provisória original, a ideia dessa repartição foi proposta pela equipe econômica atual.
Leia também: Definida data para liberar saque de R$998 do FGTS
Porém o Ministério do Desenvolvimento pediu para que fosse revista essa repartição. Já que segundo a pasta a distribuição seria prejudicial aos recursos do programa de habitação Minha Casa Minha Vida.
Isso se deu pois o FGTS é o maior responsável por manter o programa para a população mais pobre das faixas 1 e 2 do sistema habitacional.
No texto publicado pelo Diário Oficial a pasta ainda disse que aumentar o lucro do FGTS favoreceria muito mais a população de alto poder aquisitivo, que possuí grandes valores no saldo do fundo de garantia. Ao invés de auxiliar os mais pobres.
Esse veto realizado pelo presidente não afeta a repartição do lucro de R$12,22 bilhões do fundo no ano de 2018, o dinheiro foi todo distribuído no final do mês de agosto. A distribuição fez com que o fundo rendesse mais do que a poupança, neste ano.
Isso aconteceu pois a medida provisória foi editada em julho de 2019, um mês antes da realização da repartição integral do lucro do ano passado ser realizada.
Com isso, no próximo ano 2020 os trabalhadores voltarão a receber a metade desse lucro no fundo, o que já estava em vigor desde o ano de 2017. Logo, o rendimento ficará abaixo da poupança.
O valor de crescimento das contas é calculado individualmente e é diretamente proporcional ao dinheiro que foi depositado no dia 31 de dezembro do ano anterior. As contas que têm saldos altos recebem mais dessa repartição de lucros.
Sacar ou não o fundo, mesmo sem lucro no FGTS?
Tendo em vista que em 2020 o valor de distribuição vai diminuir a quantia que o FGTS vai render volta a ser 50% é comum se questionar se é interessante aderir ao saque aniversário.
Antes de fazer a decisão o trabalhador deve responder três perguntas:
- Quanto possuí atualmente em suas contas do FGTS?
- Seu emprego é efetivo ou temporário?
- O valor do saque aniversário vai ajudar nas finanças?
Dependendo do quanto possuí em conta o ideal é deixar render, para acumular um saldo maior. Em contra partida, sacar o benefício e investir na poupança pode ter maior rendimento. Cabe ao titular fazer as comparações.
Se o emprego for temporário e o trabalhador aderir a modalidade aniversário, quando demitido não pode retirar o valor total da rescisão contratual, aguardando carência de dois anos para retornar a primeira modalidade. Nesse caso, a adesão pode não ser interessante.
E por fim, se atualmente um valor à mais seria utilizado apenas para gastos supérfluos e não para despesas familiar ou investimento, o ideal é deixar a quantia guardada para momentos de emergência.