A Fundação Procon de São Paulo notificou a Apple para que seja explicada a venda dos novos modelos de iPhones sem o carregador, conforme anúncio da própria empresa. O argumento de que a retirada do acessório é uma “decisão ecológica” não convenceu o órgão de defesa do consumidor.
Segundo a Apple, eles optaram por retirar os carregadores das embalagens por uma questão ambiental, pois os usuários da marca já possuíam o dispositivo e, com caixas menores, haveria a possibilidade de transportar mais unidades do produto em uma única remessa, diminuindo a emissão de gases poluentes, como o dióxido de carbono, por exemplo e reduziria a geração de lixo eletrônico.
Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP, declarou ao Jornal O Globo que “a venda separada do aparelho e do carregador é uma inovação que pode configurar prática abusiva, pois um precisa do outro para ter utilidade” e ainda levanta a possibilidade de que a empresa estaria praticando uma venda casada.
Em comunicado, o Procon-SP enviou os seguintes questionamentos para a Apple:
- quais razões fundamentam a decisão comercial da empresa;
- qual será o custo dos dispositivos ofertados separadamente;
- o que será disponibilizado para aquisição do consumidor para que seja efetuada a recarga e qual o tempo de previsão de carregamento do aparelho com o novo dispositivo;
- o consumidor terá alternativas para utilização de outros dispositivos com a mesma função;
- como se dará o atendimento em garantia, já que os itens serão comprados em períodos distintos.
O prazo de 72 horas para a Apple responder as questões se encerram nesta sexta-feira (30). A empresa alega que os novos modelos trarão na caixa um cabo USB que permite a recarga da bateria, e diz que a medida é “o certo a se fazer”.
Acessório é obrigatório na França
Além do carregador, a empresa norte-americana deixou de incluir, também, os fones de ouvido na caixa dos novos modelos de smartphones.
Porém, na França, a empresa terá de vender obrigatoriamente o iPhone com os acessórios, para cumprir a lei do país sobre comunicações eletrônicas. Lá, os fabricantes são proibidos de venderem qualquer aparelho sem fone de ouvido “sólido e confiável”. Para atender a lei, a Apple optou por utilizar duas caixas.