O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., disse que os resultados do Bradesco irão voltar, no próximo ano, a um cenário mais parecido com o de 2019, puxados pela normalização das despesas com provisões contra devedores duvidosos (PDD). “Considerando que não tenhamos piora no cenário de pandemia, até porque tem vacinas para ser aprovadas, temos uma visão mais construtiva”, afirmou o executivo em entrevista a jornalistas.
Retorno sobre o patrimônio líquido
Segundo ele, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) vai melhorar nos próximos trimestres, desde que não tenha alguma piora significativa no cenário da pandemia e que a economia irá continuar se recuperando.
Carteira de crédito do Bradesco deve aumentar mais do que a média do mercado este ano
Lazari disse que a carteira de crédito do banco deve aumentar mais do que a média do mercado em 2020 e no próximo ano. Ainda este ano, o departamento de economia da instituição financeira trabalha com estimativa de ampliação de 10% no saldo de empréstimos e financiamentos.
A margem financeira também apontará uma evolução no quarto trimestre, porém num ritmo inferior comparado ao da carteira de crédito. O cenário para 2021 é de melhora também.
No terceiro trimestre, o banco registrou um resultado mais fraco nas operações com o mercado, enquanto a margem com clientes refletiu menor uso de cartões e cheque especial, linhas com spread mais alto.
“A vida voltará ao normal e, voltando, a tendência é de recuperação”, afirmou. “É difícil saber o ponto de equilíbrio da margem, mas estamos fazendo um trabalho para melhorá-la”.
As despesas nominais terão forte diminuição em 2021
O presidente do Bradesco também disse que vê as receitas de serviços ainda pressionadas pelo cenário econômico, porém o ganho de escala contribuirá para a instituição superar esse impacto.
Em contrapartida, o executivo afirmou que haverá forte diminuição das despesas nominais em 2021. De acordo com ele, o banco cortou o “mato alto” em 2020 e continuará fazendo ajustes mais a fundo ano que vem.
Lazari afirmou ainda que o resultado de seguros também ficará pressionado pelo resultado financeiro e pela dinâmica de aumento da economia. O banco abandonou o guidance em 2020 no começo da pandemia.