Entenda o caso que fez o Nubank publicar uma carta de desculpas ao ser chamado de racista 

No dia 25 de outubro, o Nubank publicou uma carta com um pedido de desculpas devido a uma fala de uma das fundadoras do banco durante o programa de entrevistas Roda Viva. A fala de Cristina Junqueira foi considerada racista e levantou uma polêmica em todo o país

Entenda o caso que fez o Nubank publicar uma carta de desculpas ao ser chamado de racista 
Entenda o caso que fez o Nubank publicar uma carta de desculpas ao ser chamado de racista (Imagem: reprodução/Google)

“A diversidade foi sempre, sim, parte da nossa cultura. O equívoco foi achar que ter o valor por si só bastava. O erro foi achar que as coisas vão se resolvendo sozinhas”, diz parte do comunicado da empresa. 

“Ficamos acomodados com o progresso que tivemos nos nossos primeiros anos de vida que se refletia em algumas estatísticas relativas à igualdade de gênero e LGBTQIA+, por exemplo, que, repetidas, mascaravam a necessidade urgente de posicionamento ativo também na pauta antirracista”, prossegue. 

O Nubank afirma que, além disso, há comprometimento em “avançar, dentro e fora de casa, com uma agenda de reparação histórica e de combate ao racismo estrutural”.

O que de fato aconteceu?

A cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, disse em sua participação no Roda Viva que o nível de exigência para se trabalhar no banco é alto. E que não há possibilidade de se “nivelar por baixo”, em referência a uma possível política afirmativa para candidatos negros. 

A fala de Junqueira repercutiu na internet e o banco foi acusado de racismo nas redes sociais. 

Comunicado 

“A diversidade foi sempre, sim, parte da nossa cultura. (…) Deixamos de nos questionar. Ignoramos o grande caminho que ainda tínhamos pela frente. 

Com isso, perdemos a humildade, que sempre foi a característica que nos ajudou a entender velhos problemas com novas soluções e uma mentalidade inovadora.

(…) 

No Nubank, temos um enorme orgulho da nossa comunidade e pedimos desculpas aos Nubankers negros, ao movimento negro e aos grupos sub-representados por não termos feito mais.

(…)

Como fundadores, nos comprometemos a ouvir mais e a agir mais. Já tínhamos iniciativas focadas em recrutamento e inclusão, mas sabemos que é pouco. 

Somos inconformados por natureza, questionamos tudo inclusive nós mesmos. Vamos usar essa característica para recomeçar uma jornada de inclusão racial.

(…)

Para já, acabamos de firmar uma parceria com o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) como primeiro passo nessa jornada de aprendizado e transformação. O objetivo é ampliar nosso entendimento sobre o tema, firmar nosso engajamento público e contínuo e acelerar a promoção da igualdade racial no Nubank.

(…)

Decidimos também dobrar o tamanho do time interno dedicado a recrutar profissionais de grupos sub-representados em todas as posições e níveis da empresa e reforçar a busca por lideranças negras para nos ajudar nesse processo. 

(…)

Nosso compromisso agora é desafiar de novo o status quo — desta vez, no campo da diversidade e inclusão racial no Brasil e na América Latina”. 

David Vélez, fundador e CEO do Nubank.

Cristina Junqueira, co-fundadora.

Edward Wible, co-fundador.

São Paulo, 25 de Outubro de 2020