Tesouro Selic: Preocupação com gastos do governo atinge o título mais conservador do Brasil; saiba o que fazer

Apesar de ser um dos títulos mais recomendados aos investidores, o Tesouro Selic registrou em setembro uma diminuição de 0,46% em setembro. Como motivo para a desvalorização, está a preocupação dos investidores por conta de decisões do governo relacionados aos gastos.

Preocupação com gastos do governo impacta no Tesouro Selic
Preocupação com gastos do governo impacta no Tesouro Selic (Imagem: Priscila Zambotto/Getty Images)

O resultado negativo acontece com mais impacto após a intenção do governo em implementar o Renda Cidadã, porém sem indicar a fonte de financiamento. A preocupação gira em torno da possibilidade de haver o rompimento do teto de gastos e aumento da dívida.

Em decorrência dessa instabilidade, o mercado demanda maior prêmio para a compra dos títulos e, como consequência, o preço registra queda no preço aos investidores.

“O Tesouro aumentou muito seu endividamento e emitiu muito mais títulos prefixados do que o que o mercado poderia absorver. O mercado, então, começou a pedir um prêmio maior para comprá-los”, afirma Sérgio Evangelista, gestor dos fundos de renda fixa da Western Asset no Brasil, ao CNN Brasil.

Outro aspecto do resultado

Apesar do resultado preocupante aos investidores, O Tesouro Selic para 2025 apresenta uma rentabilidade anual com a Selic mais a taxa de deságio no valor de 0,3483%.

Além disso, o sócio gestor da Trópico SF2, Sérgio Machado, revelou ao InfoMoney que o papel Tesouro Selic para 2026 teve rendimento próximo de 135% do CDI durante a semana.

Diante das circunstâncias, o Tesouro Selic pode ser uma grande opção para quem deseja realizar aplicações de no máximo R$ 10 mil, por conta da isenção da cobrança da taxa de custódia e a liquidez diária.

A assessora de investimentos com qualificação CFP, Luciana Ikedo, afirmou que não há necessidade de grandes preocupações, pois a tendência é de que os preços voltem ao normal.

“Quando se fala de Tesouro Direto, se trata de um risco soberano, o menor do país. Não enxergo risco de default para esses títulos”, alega ao InfoMoney.

“Mesmo com a Selic em patamares historicamente baixos, o que afeta a renda fixa como um todo, é imprescindível manter essa parte mais voltada para preservação de capital, prossegue.

Em meio à instabilidade presente no mercado atual, o investidor deve tomar cautela e aguardar a estabilização da situação.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.