As famílias brasileiras aumentaram a procura por crédito para que pudessem fazer a reorganização de dívidas bancárias em andamento, isso por conta da crise econômica causada pelo novo coronavírus.
Nesta segunda-feira (28), o Banco Central divulgou dados que mostram que até o mês de agosto as concessões de crédito para a composição de dívidas dobraram se comparados ao mesmo período do ano passado, com uma alta de 100,9%.
Neste período, os bancos concederam cerca de R$46,646 bilhões por meio dessa composição.
De acordo com o chefe de Departamento de Estatística do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que essa composição de dívidas acontece quando um dos clientes possuem dívidas de crédito em diversas modalidades.
Com isso esses clientes procuram uma instituição financeira para ajudar a reorganizar as obrigações, tudo em uma só operação.
Caso tenham dívida no cartão de crédito, no cheque especial ou no crédito consignado, os clientes podem ser consolidadas em uma só operação, com uma taxa específica.
Isso é como trocar muitas dívidas por apenas uma delas. “O cliente faz um pacote só, renegocia com o banco.Essa composição é sempre oriunda de mais de uma modalidade. São várias modalidades de crédito ao mesmo tempo”, acrescentou.
O números do Banco ainda apontam que com a crise causada pela pandemia, as famílias estão organizando as suas finanças para reorganizar as suas dívidas.
No mês de fevereiro, antes da pandemia se tornar ainda pior, as concessões por meio da composição de dívidas somaram cerca de R$3,053 bilhões entre as pessoas físicas.
Já no mês de maio, com a pressão, este valor atingiu os R$9,335 bilhões, ou seja, três vezes mais que o mês de fevereiro.
Entre julho e agosto, aconteceu uma queda de 16,8% nas concessões nas recomposições de dívidas.
Mesmo assim, o montante de agosto foi de R$4,128 bilhões, acima do verificado mensalmente antes da pandemia.
Isso sugere que haverá uma continuidade no movimento de reorganização das dívidas bancárias por parte das famílias brasileiras, mesmo após a pandemia.