Comissão vai investigar recebimento do auxílio emergencial por 400 PMs no RJ

No Rio de Janeiro, policiais militares desviam valores do auxílio emergencial. Nesta semana, o jornal Extra revelou que mais de 400 oficiais cariocas foram acusados de receberem os valores do coronavoucher indevidamente. De acordo com a publicação, os números foram descobertos mediante um cruzamento de dados realizado pela Corregedoria Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ)

Comissão vai investigar recebimento do auxílio emergencial por 400 PMs no RJ (Imagem: Reprodução - Google)
Comissão vai investigar recebimento do auxílio emergencial por 400 PMs no RJ (Imagem: Reprodução – Google) 

O valor do auxílio emergencial, por lei federal, só pode ser concedido para pessoas de baixa renda, sem acesso a emprego, que foram gravemente afetadas pela pandemia do novo coronavírus. Entretanto, a legislação parece não ser clara o suficiente para os 400 militares cariocas que se apropriaram do dinheiro público.  

De acordo com uma fiscalização feita pela CGU e pelo TCE, foi detectada uma lista com as documentações dos oficiais que tiveram acesso ao benefício indevidamente. Para eles, foram pagas as parcelas de R$ 600, destinadas para a população de baixa renda.  

Posicionamento da secretaria da polícia militar 

Mediante as acusações, a secretaria informou que está atuando em parceria com a Diretoria Geral de Pessoal (DGP) para reunir os dados dos envolvidos na operação e assim identificar, por meio do Cadastro de Pessoa Física (CPF), quem recebeu o benefício. Segundo a nota, a ação “foi formada uma comissão na DGP para avaliar cada um desses relatórios e, se for o caso, determinar novas diligências”. 

A coordenação explicou ainda ser contra qualquer atividade que viole as normas federais e garantiu que “não compactua com quaisquer desvios de conduta por parte de seus integrantes, mas respeita o direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório”. 

Para penalizar os civis, a PM deseja reter as informações pela Corregedoria Geral de sua secretaria e assim apurar os casos individualmente.

No entanto, ainda não se sabe se a Corregedoria Geral da União e o Tribunal de Contas do Estado do Rio irão permitir que as investigações sejam feitas exclusivamente dentro da administração militar.  

Até o momento, só no Rio de Janeiro, a CGU já encontrou mais de 5.863 agentes públicos que estavam recebendo o auxílio indevidamente. O valor total desse pagamento é superior a R$ 4,2 milhões. 

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.