Projeto que priorizava mulheres no recebimento do auxílio emergencial é vetado por Bolsonaro

Prioridades de pagamento no auxílio emergencial são vetadas pelo presidente Jair Bolsonaro. Nessaquarta-feira (29), o Diário Oficial da União (DOU) notificou que as mulheres chefes de família não poderão ter as liberações do coronavoucher priorizadas. A medida tinha sido aceita no Senado, sob a justificativa de situação de vulnerabilidade, mas foi cancelada pelo chefe de estado.   

Com os calendários do auxílio emergencial em andamento, criou-se uma possibilidade de priorizar as mães e pais que fossem considerados chefes de família. A decisão teria como finalidade permitir que essa categoria tivesse acesso aos R$ 600 de cada parcela antecipadamente. No entanto não foi aceita pelo presidente. 

Segundo Bolsonaro, se fosse aceita, a medida colocaria em risco a efetividade do programa. Ele alegou que seria preciso criar uma nova folha de pagamento para que os dados fossem pontualmente verificados e assim as quantias fossem antecipadas.  

“Ademais, o projeto se torna inviável ante a inexistência nas ferramentas e instrumentos de processamento de dados, que geram a folha de pagamento do auxílio emergencial, de dados relacionados a quem possui efetivamente a guarda da criança”, informou o presidente. 

Validação do auxílio emergencial no Senado 

Já no Senado, o posicionamento sobre a priorização para esse grupo foi diferente. Os gestores afirmaram ser uma medida eficaz, responsável por auxiliar milhares de crianças que estão enfrentando dificuldades mediante o desemprego de seus pais.  

Sendo mãe ou pai solteiro, o processo de custo e manutenção do lar torna-se mais caro e por isso a antecipação do auxílio emergencial minimizaria os impactos da pandemia do novo coronavírus. Na casa, a proposta foi aceita no dia 8 de julho e na sequência foi encaminhada para a validação presidencial.  

De acordo com a lei do auxílio emergencial, o valor do benefício ainda deve ser o dobro para os chefes de família. No lugar de receber R$ 600 por parcela, o pagamento deverá ser de R$ 1.200, como se a quantia fosse equivalente aos dois responsáveis.  

No entanto, além dos atrasos, há uma série de relatos de mulheres que tiveram o CPF negados ao solicitarem o acréscimo. Muitas informaram que, mesmo estando enquadradas dentro das regras do benefício, a verificação da DataPrev inviabilizou o processo. 

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.