BPC 2026: O que muda nas regras a partir de janeiro?

SALESóPOLIS, SP — O Benefício de Prestação Continuada (BPC) passará por mudanças importantes em 2026, especialmente no critério de renda familiar. Com o aumento do salário mínimo, o limite de renda por pessoa da família para ter direito ao benefício também será reajustado, o que pode permitir que mais brasileiros tenham acesso ao BPC.

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BPC 2026: O que muda nas regras a partir de janeiro? 
(Foto: I.A/Sora)

A seguir, entenda o que muda, quem pode se beneficiar e como funciona o novo cálculo de renda do BPC.

O que é o BPC e quem tem direito

O BPC é um benefício assistencial pago pelo INSS no valor de um salário mínimo mensal, destinado a:

  • Idosos com 65 anos ou mais;
  • Pessoas com deficiência de qualquer idade, desde que comprovem impedimentos de longo prazo.

Diferente da aposentadoria, o BPC não exige contribuição ao INSS, mas possui critérios rigorosos de renda familiar.

Regra de renda do BPC: como funciona hoje

Atualmente, para ter direito ao BPC, a renda familiar per capita deve ser de até 25% do salário mínimo por pessoa da família.

Em 2025, com o salário mínimo fixado em R$ 1.518, o limite de renda por pessoa é de:

  • R$ 379,50 por integrante da família

Se a renda mensal dividida pelo número de pessoas da família ultrapassar esse valor, o pedido pode ser negado — salvo exceções analisadas pela Justiça ou pelo próprio INSS.

Salário mínimo de 2026 sobe e limite do BPC aumenta

A previsão é que o salário mínimo em 2026 suba de R$ 1.518 para R$ 1.621. Com esse reajuste, o limite de renda do BPC também será alterado automaticamente.

Com o novo valor, o cálculo passa a ser:

Isso representa um aumento de R$ 25,75 no limite de renda per capita, o que pode parecer pequeno, mas faz diferença para milhares de famílias que hoje ficam fora do benefício por poucos reais.

Mais pessoas poderão receber o BPC em 2026

Com o novo limite de renda, famílias que antes ultrapassavam o teto permitido podem passar a se enquadrar nas regras do BPC. Especialistas apontam que o reajuste do salário mínimo tende a:

  • Ampliar o número de idosos elegíveis ao benefício
  • Facilitar o acesso de pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade
  • Reduzir indeferimentos por renda muito próxima do limite

Esse efeito é especialmente relevante em famílias pequenas, onde qualquer aumento no teto per capita impacta diretamente a elegibilidade.

É preciso fazer novo pedido?

Quem já recebe o BPC não precisa solicitar novamente por causa do reajuste. Já quem teve o benefício negado anteriormente por renda pode:

Manter os dados atualizados será essencial para aproveitar as novas regras.

Atenção: outras regras do BPC continuam valendo

Apesar do aumento no limite de renda, outras exigências permanecem, como:

  • Inscrição ativa e atualizada no CadÚnico
  • Avaliação social e médica (no caso de pessoas com deficiência)
  • Análise detalhada da composição e renda familiar

Ou seja, o reajuste facilita o acesso, mas não elimina a necessidade de cumprir todos os critérios.

Conclusão

O aumento do salário mínimo em 2026 traz um impacto direto e positivo para o BPC. Com o novo limite de renda de R$ 405,25 por pessoa, mais famílias poderão se enquadrar nas regras e garantir um benefício essencial para a sobrevivência.

Para quem depende do BPC ou pretende solicitar o benefício, 2026 pode ser um ano decisivo. Manter o CadÚnico atualizado e acompanhar as regras será fundamental para não perder essa oportunidade.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com