Lei vai proibir o Assaí, Atacadão, Pão de Açúcar e outros atacadistas de abrir aos domingos

SALESóPOLIS, SP — Uma nova lei sancionada no Fecomércio — em acordo com sindicatos — determina que, a partir de 1º de março de 2026, supermercados, atacarejos e atacadistas como Assaí Atacadista, Pão de Açúcar e outros semelhantes, ficam proibidos de abrir suas portas aos domingos.

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Lei vai proibir o Assaí, Atacadão, Pão de Açúcar e outros atacadistas de abrir aos domingos
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

A regra vale por ao menos sete meses e apenas para o estado do Espírito Santo. Clientes que tinham o domingo como dia habitual de compras precisarão se adaptar. 

O que muda: quem fecha e quem pode abrir

  • A proibição atinge não apenas grandes redes, mas também atacarejos, mercearias, minimercados, hortifrutis, autosserviços e lojas de material de construção que empreguem funcionários.
  • Supermercados localizados dentro de shoppings também são obrigados a fechar aos domingos.
  • A única exceção são os comércios familiares, geridos exclusivamente pela família do proprietário — se não houver empregados contratados, esses pequenos estabelecimentos continuam liberados.
  • Já padarias, açougues e lojas de rua fora da categoria supermercado não são afetadas e podem manter o funcionamento aos domingos.

Por que os supermercados ficarão fechados aos domingos

A justificativa para a medida está na preservação do direito ao descanso semanal remunerado dos trabalhadores do comércio.

Sindicatos e Fecomércio afirmam que o domingo será um dia garantido de pausa, o que reverberaria em melhor qualidade de vida, saúde mental e estabilidade para quem trabalha no setor. 

Além disso, a convenção coletiva que acompanha a nova lei assegura um auxílio-alimentação de R$ 150 mensais, um reajuste salarial de 7 % e um novo piso para a categoria — fatores que visam compensar a restrição de funcionamento aos domingos.

Impactos para consumidores e comércio

Para os consumidores, a principal consequência será a necessidade de programar as compras ao longo da semana ou aos sábados — especialmente quem usava o domingo para abastecer a casa. 

Já para os supermercados e atacarejos, há apreensão sobre quedas de faturamento, uma vez que o domingo normalmente representa uma fatia significativa nas vendas. Empresários afirmam temer prejuízos, sobretudo em áreas urbanas onde o movimento aos domingos costuma ser intenso.

Por outro lado, para os funcionários, a medida representa um avanço importante em termos de direitos trabalhistas, podendo melhorar a jornada e promover mais equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. 

Prazo de validade e possíveis revisões

A regra valerá inicialmente de 1º de março até 31 de outubro de 2026, como parte de um período de teste definido pela convenção coletiva. 

Após esse intervalo, as entidades envolvidas — sindicatos e Fecomércio — devem negociar novamente a convenção, podendo decidir pela manutenção, ajustes ou revogação da proibição aos domingos. 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com