ARAGUARI, MG — Quem recebe o Bolsa Família sabe que, muitas vezes, o valor do benefício precisa ser cuidadosamente planejado para cobrir todas as despesas do mês. Como o programa é voltado a famílias em situação de vulnerabilidade social, organizar os gastos de forma estratégica é essencial para garantir alimentação, transporte, educação e outras necessidades básicas sem comprometer o orçamento.
O programa Bolsa Família, principal iniciativa de transferência de renda do Brasil, continua sendo uma ferramenta essencial no combate à pobreza. Em 2025, o valor mínimo do benefício permanece em R$ 600 por família, podendo ser acrescido de adicionais conforme a composição familiar.
Por exemplo, há um acréscimo de R$ 150 por criança de até 7 anos e R$ 50 para gestantes, nutrizes e jovens de 7 a 18 anos. Com esses complementos, o valor médio recebido pelas famílias é de aproximadamente R$ 673,62.
Obstáculos econômicos no valor do Bolsa Família
Apesar desses valores, muitas famílias enfrentam desafios para manter uma vida digna apenas com o benefício. O custo de vida elevado, especialmente em áreas urbanas, torna difícil cobrir despesas básicas como alimentação, moradia e transporte. Além disso, a inflação e o aumento dos preços de produtos essenciais agravam a situação, exigindo que os beneficiários façam escolhas difíceis diariamente.
Outro obstáculo enfrentado por essas famílias é o preconceito social. Muitos beneficiários do Bolsa Família são estigmatizados como “dependentes do governo” ou acusados de não quererem trabalhar, o que não condiz com a realidade. Estudos mostram que a maioria dos beneficiários utiliza o auxílio como complemento de renda, buscando outras fontes de sustento sempre que possível. Esse estigma social pode levar à exclusão e dificultar ainda mais a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho e na sociedade em geral.
É fundamental reconhecer o Bolsa Família como um direito garantido por lei e uma política pública eficaz na redução da pobreza e desigualdade social. Combater o preconceito e promover a inclusão social são passos essenciais para que essas famílias possam superar a vulnerabilidade e construir um futuro mais promissor.
Dicas para fazer o Bolsa Família render o mês inteiro
Pensando nisso, reunimos cinco dicas práticas para ajudar os beneficiários do Bolsa Família a estender o poder de compra ao longo do mês, sem recorrer a dívidas ou abrir mão do essencial. As orientações são baseadas em recomendações de especialistas em educação financeira e fontes confiáveis, como o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.
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Faça um planejamento mensal com o valor do Bolsa Família: Antes de gastar, é importante saber exatamente quanto você tem e o que precisa pagar. Anote o valor recebido pelo Bolsa Família e faça uma lista com todas as despesas fixas do mês, como alimentação, gás de cozinha e produtos de higiene. Isso ajuda a evitar gastos por impulso e garante que o dinheiro seja usado com prioridade.
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Evite compras parceladas e empréstimos: Mesmo com ofertas tentadoras, evite fazer compras parceladas ou pegar empréstimos, especialmente com juros altos. Especialistas em finanças alertam que isso pode comprometer o valor do Bolsa Família nos meses seguintes e gerar dívidas difíceis de quitar. O ideal é comprar à vista e somente quando realmente necessário.
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Economize na alimentação com planejamento e feira: Montar um cardápio semanal e fazer compras com lista são estratégias que ajudam a economizar. Priorize alimentos da estação, que são mais baratos, e aproveite promoções em feiras livres. Comprar em quantidade e dividir com familiares também é uma forma de reduzir custos.
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Aproveite os benefícios sociais complementares: Além do Bolsa Família, algumas famílias têm direito a outros programas, como o Tarifa Social de Energia Elétrica, isenção em taxas escolares ou exames médicos pelo SUS. Verifique no CRAS da sua cidade quais benefícios adicionais você pode acessar.
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Guarde uma pequena quantia, se possível: Se sobrar algum valor, mesmo que pouco, tente guardar em casa ou em uma poupança digital, como a do Caixa Tem. Criar esse hábito ajuda em emergências futuras e evita que você precise recorrer a empréstimos.
Segundo dados do Governo Federal, mais de 21 milhões de famílias recebem o Bolsa Família, e muitas vivem com menos de um salário mínimo por mês. Por isso, adotar práticas de controle financeiro pode fazer a diferença na qualidade de vida e no bem-estar familiar.