Em abril, a cesta básica ideal custa R$ 432, conforme as diretrizes do Guia Alimentar para a População Brasileira e parâmetros internacionais de nutrição. O levantamento é do Instituto Pacto Contra a Fome.
Este dado é preocupante quando vemos que é um valor correspondente a cerca de 21% da renda média por brasileiro, conforme estima o IBGE ─ R$ 2.020.
No entanto, essa média não reflete a realidade em que milhões de brasileiros vivem com renda inferior a esse valor. O resultado? O comprometimento do acesso a uma alimentação adequada, equilibrada e nutritiva.
Cesta básica ideal custa R$ 432 em abril – a alta contínua dos alimentos
A inflação dos itens alimentares voltou a subir e tem pesado mais no bolso da população. Em abril, inclusive, o grupo “Alimentação e Bebidas” foi o destaque, com uma alta de 0,82%, no intervalo de 30 dias.
Embora tenha apresentado uma desaceleração no mesmo período, o índice oficial de inflação do país, ficou em 0,43%. O brasileiro já não se surpreende com o café subindo, mas o tomate (14,32%) e a batata (18,29%) realmente surpreenderam.
Por outro lado, itens como arroz, feijão preto e mamão apresentaram queda. Mesmo assim, não foi o suficiente para compensar o impacto dos aumentos.
Baixa renda e insegurança alimentar
Um levantamento de maio, publicado no Boletim Mensal de Monitoramento da Inflação dos Alimentos, aponta que mais de 70% da população não consegue pagar pelo preço de uma cesta básica ideal.
Isso significa que milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar, muitas vezes sem acesso diário a alimentos nutritivos.
A situação é ainda mais crítica para os cerca de 21 milhões de brasileiros que vivem com menos de R$ 432 por mês — exatamente o valor estimado para a alimentação ideal de uma única pessoa.
Políticas públicas são ainda mais essenciais
Em um cenário no qual a cesta básica ideal custa R$ 432, iniciativas públicas como o Bolsa Família, e outros benefícios sociais, se mostram vitais. Afinal, atingem as famílias de baixa renda, que são as que sofrem o impacto dessa alta de forma mais severa.
O último Boletim constatou que as famílias de baixa renda sofrem 2,5 vezes mais em relação a famílias com maior poder de compra.
Especialistas também apontam que o combate à fome deve contar com ações públicas bem estruturadas, baseadas em dados confiáveis. Afinal, garantir o direito alimentação saudável requer investimentos em políticas sociais, segurança alimentar e controle da inflação dos alimentos.