Fraude do INSS pode chegar a R$6,3 bilhões no bolso dos aposentados e pensionistas; veja se você foi afetado

A última quarta-feira (23/04) surpreendeu a todos os brasileiros: a Polícia Federal, junto à Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou a Operação Sem Desconto, uma investigação de fraude e descontos nos benefícios dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que resultou na demissão do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto. Veja se você foi afetado pelo desvio de R$6,3 bilhões. 

Fraude do INSS pode chegar a R$6,3 bilhões no bolso dos aposentados e pensionistas; veja se você foi afetado
Imagem: Polícia Federal

 

Segundo o G1, a fraude consistia no desconto de aposentados e pensionistas do INSS em valores mensais como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando na verdade, eles não tinham se tornado membros e muito menos autorizado os descontos. 

De acordo com a investigação e o Ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, essas associações que estavam envolvidas na fraude prestavam, supostamente, serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde. 

Entenda como funcionava fraude que desviou R$6,3 bilhões no INSS

A operação da PF aconteceu em 32 municípios de 13 estados e no Distrito Federal. Foram executados 211 mandados de busca e apreensão. Seis prisões provisórias foram determinadas e cinco foram presas. Uma continua foragida. 

Veja como funcionava a fraude:

  • Muitas das entidades que realizavam os descontos não tinham estrutura física, funcionários ou serviços reais.

  • As assinaturas eram forjadas para simular a autorização de aposentados e pensionistas para se associarem às entidades.

  • Com as assinaturas falsificadas, as entidades conseguiam autorização para descontar mensalidades diretamente dos benefícios pagos pelo INSS.

  • 72% das entidades não apresentaram documentação básica exigida pelo INSS, como estatutos e listas de associados.

  • Os aposentados não sabiam. Segundo a CGU, 98% dos beneficiários entrevistados disseram nunca ter autorizado os descontos.

  • Algumas entidades apresentaram crescimento suspeito no faturamento após firmarem convênios com o INSS.

  • O prejuízo é estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

  • As cobranças indevidas afetaram majoritariamente aposentados de baixa renda.

O INSS suspendeu os descontos de mensalidades dessas entidades nos benefícios. Apenas descontos com autorização biométrica serão permitidos.

Além disso, a Justiça determinou o afastamento de 6 agentes públicos, entre eles:

  • Alessandro Stefanutto, Presidente do INSS (já foi demitido);

  • Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, Procurador-geral do INSS;

  • Giovani Batista Fassarella Spiecker, Coordenador de Suporte ao Atendimento ao Cliente;

  • Vanderlei Barbosa dos Santos, Diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;

  • Jacimar Fonseca da Silva, Coordenador de Pagamentos e Benefícios;

  • Um policial federal, suspeito de ajudar o grupo criminoso. O nome ainda não foi divulgado.

Lila Cunha, especialista do FDR, comenta sobre os descontos do INSS, confira.

Marina Costa SilveiraMarina Costa Silveira
Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Com experiência em redação, redes sociais e marketing digital. Atualmente, cursando o MBA em Marketing, Branding e Growth pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).