Governo Lula tem 120 dias para regularizar pagamentos do PÉ-DE-MEIA

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu revogar a medida que bloqueava R$ 6 bilhões do programa PÉ-DE-MEIA. A decisão foi tomada na última quarta-feira, 12, e permite a retomada dos repasses aos beneficiários.

Governo Lula tem 120 dias para regularizar pagamentos do PÉ-DE-MEIA. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

O PÉ-DE-MEIA é uma das iniciativas prioritárias do governo Lula em seu terceiro mandato. O programa tem como objetivo incentivar a permanência de estudantes de baixa renda no ensino médio. Com a revogação da medida, os recursos voltam a ser liberados para a poupança dos estudantes.

O programa busca garantir apoio financeiro para jovens em situação de vulnerabilidade. Apesar da liberação, o TCU estabeleceu um prazo de 120 dias para que o governo faça ajustes. A adequação orçamentária deverá ser apresentada ao Congresso Nacional para garantir conformidade legal.

A forma como o governo estruturou o orçamento do PÉ-DE-MEIA é o principal ponto de debate no TCU. A Corte questiona se os pagamentos seguem as regras fiscais estabelecidas. Até que o Congresso analise a nova proposta, os repasses aos estudantes seguem autorizados. O governo terá que justificar a legalidade da alocação dos recursos. 

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Programa PÉ-DE-MEIA está incluído no orçamento de 2025?

A inclusão do PÉ-DE-MEIA no Orçamento de 2025 está condicionada a negociações com o Congresso. A aprovação da proposta depende da articulação política entre as partes. O programa, com um custo anual de R$ 13 bilhões, exigirá que o governo reestruture outras despesas.

Para garantir sua implementação, cortes ou remanejamentos serão necessários. O PÉ-DE-MEIA está no centro das discussões sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que será votado no Congresso em março, após o carnaval. Sua inclusão depende de um amplo consenso político.

Uma alternativa para viabilizar o programa é o envio de um Projeto de Lei Complementar (PLP), que abriria créditos adicionais à Lei Orçamentária Anual. Isso permitiria ao governo mais tempo para ajustes, já que a aprovação do Orçamento está prevista para março.

Por que os recursos do PÉ-DE-MEIA foram bloqueados?

O PÉ-DE-MEIA voltou a ser tema de discussão após o governo apresentar recurso contra a decisão do relator do TCU, Augusto Nardes. Em janeiro, ele havia expedido uma medida cautelar bloqueando parte dos recursos destinados ao programa.

A medida de Nardes foi fundamentada em um relatório da área técnica, e a decisão foi confirmada pelo plenário do Tribunal de Contas da União. O PÉ-DE-MEIA, programa voltado para o auxílio estudantil, enfrenta novos questionamentos. 

Auditores do TCU indicam que os recursos destinados aos pagamentos dos estudantes, provenientes do Fundo de Incentivo à Permanência no Ensino Médio (Fipem), não estavam contemplados na Lei Orçamentária Anual. Essa análise levanta preocupações sobre a legalidade dos repasses, visto que os fundos do programa estavam fora das previsões orçamentárias estabelecidas.

“Os recursos provenientes de resgate de cotas do FGO [Fundo de Garantia de Operações], FGEDUC [Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo] e Fundo Social são receitas públicas e devem constar do orçamento, em respeito ao princípio da universalidade, conforme demonstrado no tópico precedente”, diz o relatório produzido pela área técnica.

O programa PÉ-DE-MEIA está gerando discussões sobre sua conformidade com o orçamento da União. Técnicos do TCU pedem a suspensão do programa, alegando que ele está sendo operado fora das normas fiscais estabelecidas. Em resposta, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu, defendendo que não há ilegalidade nas transferências de recursos realizadas dentro do contexto do programa.

O futuro do PÉ-DE-MEIA corre risco?

Apesar dos desafios enfrentados, o governo trabalha para reverter o bloqueio de recursos do Pé-de-Meia e garantir que o cronograma de pagamentos seja mantido. A expectativa é de uma solução que assegure a continuidade do programa sem impactar os estudantes beneficiados.

O Pé-de-Meia, inicialmente voltado para alunos do ensino médio, foi ampliado para incluir bolsistas de licenciatura. Essa expansão busca atrair futuros professores, oferecendo incentivos financeiros a estudantes com bom desempenho no Enem.

O momento exige estratégias precisas para preservar o suporte essencial oferecido pelo Pé-de-Meia. O desfecho das negociações será decisivo para garantir que o programa siga contribuindo para a educação no país.

Perspectiva sobre o futuro do PÉ-DE-MEIA 

A falta de professores na educação básica preocupa especialistas, e a baixa atratividade da carreira tem sido um desafio crescente. Para fazer face a essa realidade, o governo aposta na Licenciatura Pé-De-Meia como uma alternativa para estimular a formação docente.

Com a implementação do Pé-De-Meia, a expectativa é beneficiada por milhares de estudantes em todo o país. O incentivo financeiro não apenas facilita o acesso à licenciatura, mas também busca garantir que os futuros professores permaneçam na profissão.

O modelo de bolsa cumulativa foi pensado para reduzir a evasão nos cursos de licenciatura. A medida oferece um estímulo extra para que mais estudantes exercitem na docência um caminho profissional seguro e valorizado.