Mudanças na administração do Bolsa Família poderá prejudicar os beneficiários? Após anunciar que o valor do programa social seria repassado para a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência (Secom), o ministério da economia afirmou que a alteração não implicará em entraves para quem já está gozando dos pagamentos. A mudança no planejamento orçamentário foi validada na última semana, sem justificativa por parte do poder público.
O valor que seria destinado para a administração da crise, especificamente para garantir o pagamento e acréscimos de R$ 600 do Bolsa Família, passou a fazer parte do montante para custear as ações de comunicação da presidência.
Segundo o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, responsável por assinar a Portaria 13.474 /2020 que aprova a transição, a retirada representa uma quantia significativa que deverá ser investida mais à frente.
“O governo brasileiro tomou decisões de enfrentamento ao coronavírus que vão chegar a R$ 200 bilhões. Até hoje, já são mais de R$ 151,1 bilhões. Esses R$ 83,9 milhões representam 0,6%. É um valor muito pequeno”, disse Waldery.
Rodrigues declarou ainda que, nesse momento, o Bolsa Família vive o maior investimento de sua história. Com o pagamento do auxílio emergencial, o secretário afirmou que mais de 14 milhões de famílias foram contempladas com acréscimos orçamentários que deverão se manter pelos próximos dois ou três meses.
Ele explicou que a grande maioria dos cadastrados migraram para o pagamento do coronavoucher, tendo em vista que o valor era mais vantajoso.
“No Nordeste, 6,8 milhões migraram. Somente na Bahia, foram 1,7 milhão, em Pernambuco, 1,8 milhão, e no Ceará, 1 milhão de famílias”, reiterou Waldery.
Após o fim do auxílio emergencial no Bolsa Família
Sobre o fim do pagamento do coronavoucher, o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, reforçou que os cadastrados do Bolsa Família não perderão seus salários.
De acordo com ele, quando acabar o calendário emergencial, os valores voltarão automaticamente a serem os mesmos já concedidos mediante a avaliação do ministério da cidadania e se manterão caso não haja incompatibilidade no cadastro dos segurados.
Segundo Guaranys, 95% dos beneficiários do BF migraram para o auxílio, mas terão a modalidade original do Bolsa Família retomada automaticamente.