Com a popularização e os consequentes riscos das apostas online e jogos de azar por meio de plataformas digitais, o público idoso está enfrentando uma série de perigos, que vão além da esfera financeira. Para abordar essa questão, o Governo Federal através do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) reformulou a “Cartilha de Apoio à Pessoa Idosa: enfrentamento à violência patrimonial e financeira”, oferecendo diretrizes sobre os perigos que essas práticas podem acarretar.
A cartilha destaca que os riscos das apostas online incluem não apenas questões financeiras, mas também sociais. O vício é um dos principais problemas, pois a ilusão de ganhos rápidos pode levar muitos a utilizarem recursos vitais, como os destinados a alimentação e moradia, para realizar apostas.
Ademais, a possibilidade de fraudes, como roubo de dados pessoais, aumenta a vulnerabilidade dos apostadores, resultando em outros tipos de golpes. Emocionalmente, as apostas podem desencadear crises de ansiedade e depressão, além de fomentar o isolamento social e prejudicar relacionamentos familiares.
Em uma entrevista ao programa “Bom Dia, Ministra”, do Canal Gov, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, abordou os riscos das apostas online e o vício em jogos. Ela destacou que muitas pessoas perdem grandes quantias, enfatizando que esse problema não está relacionado à educação ou classe social.
“A população brasileira está envelhecendo como um todo. Portanto, temos de olhar para essa população que vai apresentar demandas diferenciadas do ponto de vista da política pública”, completou Macaé.
Como o alerta sobre os riscos das apostas online funciona na prática?
A Cartilha de Apoio à Pessoa Idosa orienta sobre como reconhecer a violência financeira e os golpes que visam esse público vulnerável. O material alerta para os perigos financeiros associados às apostas, como fraudes e a manipulação de dados pessoais.
Além disso, os riscos das apostas online incluem consequências sociais graves, como a troca de recursos essenciais, que deveriam ser destinados à alimentação e moradia, por investimentos em jogos. A dependência gerada pela promessa de ganhos fáceis também é um alerta significativo.
Legislação aborda os riscos das apostas online
A legalização das apostas esportivas no Brasil, estabelecida pela Lei nº 13.576/2018, permitiu que o setor de apostas online operasse sem regulamentação por quase seis anos. Apesar da expectativa de que o mercado fosse organizado em até quatro anos, sucessivos adiamentos complicaram o processo, resultando em riscos das apostas online, como o aumento dos casos de abuso e dependência.
A recente sanção da Lei 14.790/2023 é um esforço do governo para finalmente regularizar essa atividade, mas muitos desafios ainda persistem. Com o avanço das tecnologias digitais e a ampliação do acesso à internet, as apostas se tornaram disponíveis a qualquer momento, alcançando todos que possuem um celular ou notebook.
Essa mudança removeu as limitações físicas e temporais, criando um ambiente que oferece uma experiência de jogo constante e imediata. As plataformas de apostas online evoluíram significativamente, permitindo não apenas apostas esportivas tradicionais antes dos jogos, mas também apostas em tempo real.
Essa inovação expande as oportunidades disponíveis, abrangendo milhares de eventos esportivos e, consequentemente, os riscos das apostas online. Além disso, o avanço tecnológico facilitou o acesso a cassinos virtuais, onde jogos rápidos e altamente estimulantes atraem um número crescente de jogadores.
Mercado das apostas online cresce no Brasil
Enquanto o governo federal se empenha em regulamentar o setor de apostas online, enfrenta não apenas o desafio de criar políticas eficazes, mas também a complexidade de um mercado que já se expandiu consideravelmente.
Nos últimos anos, as empresas de apostas têm investido massivamente no futebol, patrocinando quase todos os clubes das principais divisões e gerando uma forte conexão entre os riscos das apostas online e o universo esportivo.
Essas companhias dominaram o cenário publicitário, com suas campanhas presentes em estádios, nas redes sociais e na TV, além de se diversificarem para outras modalidades esportivas. O uso de celebridades e atletas em suas promoções tem contribuído para a crescente aceitação das apostas na sociedade, elevando ainda mais os riscos das apostas online.
Antes da legalização das apostas online em 2018, cerca de 500 sites operavam no Brasil sem regulamentação ou tributação, movimentando quantias expressivas no exterior. Com a legalização, o setor se tornou extremamente competitivo, com as plataformas oferecendo bônus atrativos e depósitos mínimos baixos para conquistar novos usuários, aumentando os riscos das apostas online.
A popularização de métodos de pagamento simplificados, como o Pix, também facilitou o acesso ao mercado, agilizando depósitos e saques. Em 2023, mais de 22 milhões de brasileiros realizaram pelo menos uma aposta, e o número de sites superou 4 mil, resultando em um crescimento de 135% entre 2022 e 2023. Estima-se que o setor movimenta mais de R$ 20 bilhões mensalmente, sem uma tributação adequada, o que acentua os riscos das apostas online.