Crise do coronavírus altera as taxas de juros nacionais e faz o dólar avançar mais uma vez. Nessa quinta-feira (7), a moeda americana registrou mais uma alta, logo após o anuncio nas modificações na Selic, que diminuiu 75 pontos base, ficando em 3% ao ano. No último balanço, o dólar comercial apresentou um acréscimo de 2,4%, sendo cotado a R$ 5,84. Já a sua versão para o turismo, encareceu 2,5%, sendo comercializado a R$ 6,08. Na manhã desta sexta-feira (8), a moeda americana alcançava R$5,79.
De acordo com os especialistas do mercado financeiro, esse é o maior número da história e deverá crescer ainda mais com os efeitos da pandemia.
Ao longo do dia de ontem, por volta das 11h, assim que o ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que a economia nacional estava começando a colapsar, o mercado reagiu automaticamente e a moeda americana chegou a R$ 5,872, batendo o recorde intradiário.
“O ponto é que os juros em queda, além de não serem efetivos no combate à crise, estão cobrando um preço alto no câmbio”, explicou, André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.
Em entrevista ao portal Exame, Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti, diz que a queda na Selic influenciou na desvalorização da moeda local. Além disso, os integrantes da Copom deixaram em aberto um possível novo corte, também de 75 pontos, para a próxima reunião que deve acontecer em junho.
O economista ainda falou que, ainda deve-se esperar mudanças nas taxas de juros, que poderá ser inferior aos 3%, ficando em 2,25% ao ano. “Se cortar, o Brasil passa a ter juros reais [que desconta os efeitos inflacionários] negativos, aí o investidor sai do país”, disse.
Juros instáveis
Mediante o cenário de crise, o Banco Central vem realizando uma série de modificações nas cobranças de juros. A instituição defende que as medidas são necessárias para evitar um colapso maior nos setores da indústria, e que deverão se manter até o fim do ano.
Com os reajustes, o BC espera que o mercado consiga manter um poder de compra e venda e que a comercialização dos produtos se estabilize. No entanto, é válido ressaltar que mesmo sendo alterações de cunho negativo, os consumidores ainda deverão sentir o encarecimento na versão final da revenda, tendo em vista as quedas nos índices de consumo.