Na última quinta-feira (10), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deu sua opinião e trouxe importantes expectativas sobre o uso do cartão de crédito no país. Mais especificamente Campos Neto falou sobre a cobrança do juros rotativo, a modalidade de crédito mais cara do mercado atualmente.
Na ocasião, Roberto disse que o Banco Central (BC) estuda colocar fim aos juros rotativos do cartão de crédito, tudo para reduzir a inadimplência nas operações. Em junho esta modalidade chegou a 437,3% ao ano. Este tipo de cobrança encarece o valor original da fatura, e aumenta as chances do consumidor deixar de fazer o pagamento daquele mês e ainda restringir o seu CPF.
Com a taxa de juros anual considerada em junho, funciona como se todos os meses houvesse a cobrança de 15% de juros pelo rotativo. Para quem usa o cartão de crédito este tipo de modalidade é oferecida ao consumidor quando ele não paga o valor total da fatura até o vencimento. Opção que é dada pelo “pagamento mínimo” da quantia total.
O valor excedente, quer dizer, aquela “sobra” que não foi paga é jogado para a fatura do mês seguinte, acrescido de juros, e somado ao valor que já estava previsto para aquela parcela. Em uma situação de descontrole financeiro, esta prática se torna facilmente uma bola de neve e tem potencial para endividar o cidadão.
O que o Banco Central pretende fazer com o cartão de crédito?
Conforme Campos Neto antecipou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), existe um grupo de trabalho composto por membros do Banco Central, governo e bancos que deve encaminhar nos próximos 90 dias uma solução com o fim do rotativo.
A ideia é que sem essa opção ao consumidor, a parte da fatura do cartão de crédito que não for paga será encaminhada direto para o parcelamento. O presidente do Banco Central ainda admitiu que deveriam ter sido tomadas providências para barrar esse aumento de juros o quanto antes, mas que não foram feitas.
“Reconheço que o juro do cartão de crédito é um grande problema. O parcelado sem juros ajuda a atividade, mas tem aumentado muito parcelas”, avaliou Campos Neto.