Se isto acontecer, milhões de brasileiros podem perder o cartão de crédito

O cartão de crédito é um grande aliados dos consumidores do dia a dia. Ele é usado para compras de pequenos e grandes valores e traz diversas facilidades. No entanto, na visão de um dos maiores empresários do ramo financeiro, uma ação que vem sendo estudada pelo governo poderá causar a perda do cartão para milhões de pessoas. Entenda.

Se isto acontecer, milhões de brasileiros podem perder o cartão de crédito
Se isto acontecer, milhões de brasileiros podem perder o cartão de crédito (Imagem: FDR)

O governo vem estudando a possibilidade da aprovação de um teto de juros para o rotativo do cartão de crédito. No entanto, na visão de David Vélez, fundador e CEO do Nubank, esta medida será muito prejudicial para o sistema financeiro do país.

Perda do cartão de crédito para milhões de brasileiros 

Vélez afirma que esta decisão causaria a perda do cartão de crédito para milhões de pessoas. Se isso acontecesse de forma arbitrária, no dia seguinte dezenas de milhões de pessoas perderiam seus cartões, porque a operação não seria mais rentável. Seria um choque para o sistema”, disse ele, em entrevista ao Valor Econômico.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e com CEOs de instituições financeiras privadas, inclusive com o Nubank, na última semana.

Antes da reunião, Haddad afirmava que seriam debatidas alternativas para os juros do cartão de crédito.

Ao final da reunião, o ministro estava mais comedido, dizendo que um grupo de trabalho será formado. “Parece que a Fazenda entendeu a racionalidade econômica e a complexidade da indústria de cartões”, disse uma fonte que estava por dentro das discussões ao Valor.

Teto de juros traria efeito negativo, diz Vélez

Na visão do CEO do Nubank, a criação de um teto de juros para o rotativo parece ser uma medida com intenção positiva, mas que acaba causando um efeito negativo para a indústria.

“Entendo a preocupação do governo com juros altos. Estamos ativamente, junto com outros bancos, tentando sugerir algumas outras opções. Mas, na minha avaliação, a solução é ter mais concorrência – algo que o Banco Central vem fazendo – e, por outro lado, é a questão macro. O juro alto vem diretamente do nível de inflação muito alto, que agora está fora do controle das instituições financeiras”, disse ele na entrevista ao Valor.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.