Estudantes apontam para golpe aplicado por grupo educacional que resultou em dívidas altíssimas com o FIES. Propaganda atribuída a um grupo apresenta a possibilidade de isenção do pagamento das parcelas do financiamento, no entanto, isso não aconteceu.
O sonho de conquistar um diploma de nível superior se tornou em pesadelo para alguns estudantes que utilizaram o FIES. Acontece que eles acabaram caindo em um golpe e hoje são cobrados por uma dívida que já soma R$ 100 mil; caso foi descoberto pelo g1.
Golpe do Fies na Uniesp
Karla Vieira ingressou conheceu a promoção “Uniesp Paga” em 2012 e então seguiu todas as regras para ter acesso ao “benefício”.
Ela deveria se matricular pelo Fundo de Financiamento Estudantil e cumprir algumas obrigações, como prestar serviço voluntário e ter boas notas, o que foi feito por ela. Pelo contrato a Uniesp pagaria pelo seu financiamento, mas, não foi isso que aconteceu com ela e cerca de outros 50 mil estudantes, segundo levantamento do Ministério Público Federal.
Karla chegou a ganhar a causa, mas aguarda há 3 anos que a sentença seja cumprida, enquanto isso, continua recebendo cobranças da Caixa Econômica.
A instituição é alvo de processos individuais abertos por diversos estudantes e de uma ação civil pública, movida pelo MPF, que pede que o nome deles sejam limpos e que a Uniesp ressarça os cofres públicos.
“Pessoas muito carentes foram atraídas por essa promoção. Faziam uma redação, eram aprovadas e depois direcionadas ao Banco do Brasil ou à Caixa, para [fecharem] um financiamento no nome delas”, afirma a advogada Daniela Guilherme.
Promoção enganosa na Uniesp
A promoção “Uniesp Paga” já foi encerrada, mas, funcionava da seguinte forma:
Através de divulgação em ONGs e igrejas, estudantes eram atraídos a assinarem os contratos; para garantir o benefício eles tinham que ter boas notas no curso, tirar no mínimo nota 3 no Enade, prestar serviços comunitários e pagar as taxas de amortização do Fies.]
Acontece que essas regras eram mudadas constantemente, por exemplo, em 2014 foi incluído o regulamento interno que a nota mínima seria 7, o que não foi informado aos estudantes.
E ao final do curso a instituição não quitou os financiamentos, mesmo com os estudantes cumprindo as regras.
Comunicado da Univesp
“A UNIESP S/A esteve sempre na vanguarda de todos os demais grupos educacionais no que se refere a inclusão social, fiel em sua missão de oportunizar o ensino de qualidade para milhares de pessoas que não tinham esta possibilidade. Foram milhares de alunos de baixa renda que foram beneficiados com o Programa UNIESP Paga, que já se encontra extinto.
Como tratava-se de um programa de inclusão social, houve sim a participação de vários setores da sociedade, entre estes ONGs e Igrejas, pois atestavam a seriedade do programa, que jamais teve qualquer relação com qualquer natureza de pirâmide financeira.
A UNIESP S/A também informa que existem inúmeras decisões judiciais favoráveis ao Programa Uniesp Paga, inclusive, declarando a legalidade das cláusulas do contrato do Programa. Todas essas informações são públicas e podem ser consultadas por qualquer interessado nos sites do Poder Judiciário.
Sendo assim, a UNIESP S/A continua cumprindo a sua responsabilidade social, por meio de ações de inclusão social, favorecendo o acesso à educação para as camadas mais desfavorecidas e sendo fiel aos seus princípios e propósitos de agir com transparência e comprometimento com todas as suas obrigações.”
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