O Congresso pode aprovar um projeto que tem a finalidade de limitar as taxas do rotativo para no máximo 8% ao mês, de acordo com projeções realizadas por analistas do UBS BB. No entanto, caso este teto entre em vigor, um banco específico será o maior prejudicado.
Limitação do rotativo
Com este limite de 8%, o banco mais prejudicado será o Nubank, uma vez que ele é o mais dependente do negócio de cartão de crédito para fazer dinheiro através de empréstimos. A fintech deverá perder 20% de seu lucro de operação caso o teto seja aceito.
Os analistas do UBS BB realizaram uma comparação entre as principais instituições financeiras do Brasil e chegaram a conclusão que o impacto negativo que recairá sobre o Nubank será cerca do dobro do calculado para grandes bancos como Bradesco e Santander, de 11%.
O Itaú, por sua vez, sofreria ainda menos com a aprovacão, 6%, e o Inter, que é um dos concorrentes diretos do Nubank, teria um impacto de somente 3%.
Os profissionais que realizaram esta comparação utilizaram como referência de lucratividade o EBT, indicador que elimina somente os impostos da conta.
Já em outra projeção, que foca nos efeitos do teto do rotativo na receita líquida com juros (NII), o Nubank também passaria por um impacto mais significativo, de 4%, mas ficando mais perto dos grandes bancos. O Bradesco, Itaú e Santander teriam uma perda de cerca de 3% a 4%. O menos prejudicado seria novamente o Inter, com somente 1%.
Não foi revelado ainda qual será o limite do rotativo que de fato será votado, no entanto, a idéia por enquanto é que ele seja limitado a 8% ao mês, patamar determinado para o cheque especial em 2019.
Caso o Congresso aceite este teto de 8% para o rotativo, ele ficaria levemente acima da média praticada pelo mercado no último ano, de 14%. Segundo as contas do UBS BB, o sistema financeiro sofreria um impacto negativo de R$ 15 bilhões por ano ao todo, montante que equivale a 3% do que se arrecada com juros no Brasil (NII). Já se o limite for de 10%, a perda seria de R$ 10 bilhões.