Mercado avalia os primeiros 100 dias do governo Lula. Confira qual foi o ‘saldo final’

Em seu terceiro mandato como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva completou 100 dias nesta segunda-feira (10), porém, qual o saldo que o mercado avalia desses 100 primeiros dias do governo Lula? Como já era esperado, o mercado analisou com lupa cada movimentação desse primeiro momento.

Mercado avalia os primeiros 100 dias do governo Lula. Confira qual foi o ‘saldo’

Apesar de alguns ruídos, entre eles as críticas ao Banco Central e aos juros altos, além das discussões sobre mudanças na meta de inflação, os primeiros 100 dias do governo Lula foram classificados por economistas e gestores de fundos do mercado financeiro como relativamente positivos.

Taxa básica de juros – Selic

Neste início de mandato, o debate econômico foi dominado pelo embate entre Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O petista afirmou que “não tem explicação para a taxa básica de juros (Selic) estar no patamar atual de 13,75%”.

Com uma inflação mais alta, os analistas passaram a projetar que o BC deverá manter uma Selic elevada. Hoje, o cenário é de que ela deve recuar do patamar atual, mas vai permanecer em dois dígitos até o fim do ano de 2024.

Se for confirmado os planos da equipe econômica para reduzir o endividamento do governo, o BC pode ter espaço para começar o início do ciclo de corte dos juros, havendo impacto positivo para as ações na Bolsa de Valores, segundo percepção do mercado.

Ibovespa

Nestes 100 dias, o Ibovespa já chegou a perder e a recuperar os 100 mil pontos, com queda acumulada de 8,12% no ano até a última sessão na quinta-feira (6), quando fechou com 100.822 pontos.

No mesmo cenário, o dólar caiu cerca de 4%, chegando na casa dos R$ 5,05, movimento que aconteceu também devido a fatores externos.

Segundo a pesquisa feita pelo TradeMap, o desempenho do Ibovespa no terceiro mandato do governo Lula é o pior desde o início do primeiro mandato do ex-presidente  Fernando Henrique Cardoso, em 1995, quando houve um recuo de 28,48%.

Arcabouço fiscal

O mercado ainda destaca o arcabouço fiscal apresentado pelo Ministério da Fazenda. A sinalização de um rumo para o futuro das contas públicas é apontada como um importante avanço na trajetória da dívida pública, vista pelos especialistas de mercado como um dos principais desafios econômicos do país.

Apresentado no fim de março, o novo arcabouço combina uma regra de crescimento de gastos atrelada ao crescimento da receita líquida e uma parte de metas de resultado primário.

Medidas provisórias

Já no Congresso, o governo Lula se vê em meio a um conflito em torno da tramitação das Medidas Provisórias entre a Câmara dos Deputados e do Senado, e busca salvar seus textos antes que percam o efeito a partir do mês de junho.

Por fim, a combinação de uma política monetária tão apertada e um cenário de incerteza faz com que os analistas projetem um desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) modesto.