O mercado de trabalho brasileiro se encontra em um estado conflituoso. Apesar de ter alcançado um patamar recorde de trabalhadores ativos, a grande maioria dessas pessoas não possuem alguns direitos trabalhistas assegurados pelo INSS.
De acordo com o Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de trabalhadores ocupados contribuindo para a Previdência Social caiu em 62,3% no trimestre encerrado em setembro de 2019.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), este é a menor porcentagem desde o ano de 2012.
Leia mais: Aprenda como o INSS contabiliza o tempo de contribuição dos segurados
Embora o Brasil tenha atingido em setembro deste ano, o maior contingente de pessoas trabalhando, cerca de 93,801 milhões de brasileiros, o mercado de trabalhou também registrou um nível alarmante de 38,806 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, ou seja, sem ter direitos segurados pelo INSS e a CLT.
O levantamento realizado inclui os empregados do setor privado sem a carteira assinada, os trabalhadores domésticos sem a carteira assinada, os trabalhadores autônomos sem o CNPJ, os empregadores sem o CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar.
Desde 2017, o mercado de trabalho vem se recuperando, ou seja, a taxa de desemprego recua, ao passo que aumentam as contratações. Mesmo com os dados positivos, a melhoria ainda é insuficiente para reverter a deterioração passada, voltando ao nível pré-crise.
Leia mais: Calculadora INSS: ferramenta indica em quanto tempo o trabalhador poderá se aposentar
Uma das consequências geradas pelo aumento da informalidade é a desigualdade salarial. A quantidade de salários crescem, por haver mais pessoas trabalhando, mas a renda passa a ser mais desigual, pois trabalhadores informais geralmente possuem rendimentos mais baixos que os formais.