O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) explicou o motivo da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, utilizar o cartão de crédito de uma amiga. Segundo o político, sua esposa “não possuía limites de créditos disponíveis”.
O fato foi exposto através de matéria publicada no jornal Metrópoles, do Distrito Federal. De acordo com a reportagem, a fatura do cartão de Rosimary Cardoso Cordeiro foi uma das contas que o ajudante de ordens de Bolsonaro pagou em dinheiro vivo, em agência do Banco do Brasil dentro do Palácio do Planalto.
Conforme as informações apuradas e publicadas na coluna de Rodrigo Rangel, as investigações comandadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontaram que o tenente-coronel do Exército, Mauro Cesar Barbosa Cid, que atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro, pagava contas do clã presidencial em dinheiro vivo.
Por isso, agora, investigadores se questionam se Cid operava uma espécie de “caixa paralelo” realizado através de saques de recursos dos cartões corporativos, fato que é rechaçado pelo comandante do clã Bolsonaro.
O cartão utilizado por Michelle Bolsonaro
A investigação aponta que entre as contas pagas em dinheiro vivo pelo ajudante de ordens do ex-presidente, estão faturas de um cartão de crédito adicional emitido no nome de Rosimary Cardoso Cordeiro, funcionária do Senado Federal lotada no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB-MA).
Amiga próxima de Michelle Bolsonaro, Rosimary foi colega de trabalho da ex-primeira dama quando as duas atuavam como assessoras de deputados na Câmara Federal. Inclusive, ela é figura recorrente em fotos junto com o casal..
Dessa forma, Bolsonaro, em resposta escrita ao portal brasiliense, reconheceu que a ex-primeira dama utilizava o cartão adicional solicitado pela amiga, pois “a Michelle não possuía limites de créditos disponíveis”. Bolsonaro aproveitou para afirma também que “a última utilização foi em julho de 2021, cuja fatura resultou em uma cobrança de quatrocentos e oito reais e três centavos”.
Os pagamentos e o ajudante de ordens
De acordo com a matéria publicada pelo Metrópoles, os investigadores a mando de Alexandre de Moraes mapearam saques e pagamentos feitos pelo ajudante de ordens na agência do Banco do Brasil que funciona no Palácio do Planalto.
Dessa forma, a Polícia Federal (PF), que conduz a investigação, aponta também que parte dos recursos usados vinham de saques dos cartões corporativos do governo. Portanto, o inquérito solicitou o acesso às imagens das câmeras de segurança da agência 3606 do Banco do Brasil, localizada no palácio presidencial.
Outro fato apurado pela investigação é que o ajudante de ordens de Bolsonaro atuava como elo entre o ex-presidente e seus apoiadores mais radicais, aqueles que se utilizavam das redes sociais para organizar a militância em torno de ataques às instituições democráticas.
Bolsonaro afirmou no texto enviado ao Metrópoles que “nunca foram feitos saques do cartão corporativo pessoal que ficava nas mãos dos ajudantes de ordens”. O presidente ainda alegou que as despesas administradas por sua equipe somavam R$ 12 mil por mês e que os pagamentos eram feitos exclusivamente com fundos de sua conta pessoal.