Diante de uma das maiores crises econômicas mundiais, ocasionadas pelo Covid-19, Paulo Guedes avalia a proposta de congelar o salário dos servidores públicos durante os próximos dois anos. A sugestão foi lançada nesse domingo (5), em meio a uma reunião com os deputados do DEM. De acordo com o ministro da economia, trata-se de uma ação de contenção de gastos para que os cofres da União não fiquem desfalcados.
Em sua fala, Guedes deixou claro que a proposta deveria ser um assunto em debate entre os parlamentares, mas afirmou que o presidente, Jair Bolsonaro, não “aceita falar disso”. Para ele, a proposta deve ser vista como uma MP temporária que poderia minimizar os impactos da pandemia.
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Questionado sobre os anúncios já feitos que determinam o corte de salário dos trabalhadores, o ministro disse que o setor público precisa dar exemplo, mesmo sabendo que trata-se de uma decisão difícil.
De acordo com ele, se a medida de congelamento fosse acatada, ela ocasionaria menos efeitos (para o servidor) do que os cortes, sem colocar o poder público em risco de deflação.
Embate político
É válido ressaltar que, apesar de ter sido pautada agora, a medida já virou assunto de debate desde o início da gestão de Guedes.
No ano passado, sua equipe chegou a escrever uma proposta de emenda à Constituição (PEC), na qual determinava um corte de 25% nos valores dos servidores. O texto sugeria também a redução da jornada de trabalho e dos benefícios extras como auxílio moradia, transporte e mais.
No entanto, a pauta não teve continuidade tendo em vista que Jair Bolsonaro não aprova a mesma. De acordo com Guedes, trata-se de uma assunto indiscutível com o presidente, que não se posiciona sobre e também não sugere novas propostas ou revisões no texto já preparado.
Efeitos do Covid-19
Na reunião, o ministro relatou que a crise gerada pela pandemia deverá durar cerca de três ou quatro meses. Ele defende que, durante esse período é preciso dar continuidade as agendas das reforças, alegando que as mesmas poderão reorganizar as contas da União.
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Até o momento, o ministério da economia terá que investir cerca de R$ 224 bilhões para poder custear as ações de contenção do vírus. O gasto deverá gerar um rombo de aproximadamente R$ 419 bilhões nas contas públicas em 2020, o equivalente a 5,55% do Produto Interno Bruto (PIB).