- Inflação da Copa do Mundo afeta variedade de produtos e serviços nos últimos meses;
- Carnes ficam entre os produtos mais caros do kit torcedor;
- Televisores têm alta nos preços enquanto são vistos como indispensáveis para os jogos.
A Copa do Mundo começa na próxima semana. Até lá, o brasileiro como bom amante de futebol que é, já se prepara para acompanhar os jogos com tudo o que tem direito. O kit churrasco é o primeiro da lista, mas talvez não seja tão completo desta vez.
Isso porque, a Copa do Mundo fomenta a economia a nível universal, abrangendo os mais variados produtos e serviços. O churrasco, especialmente a carne, é um deles. O preço do alimento teve uma disparada de 77% no acumulado dos últimos quatro anos.
O percentual foi apurado a partir de um levantamento feito pela XP Investimentos até o mês de setembro. A inflação acumulada desde a última Copa do Mundo foi de 26,3%. O índice é superior ao aumento no preço das bebidas, que foi de 21,6%. Já o refrigerante ficou 26,1% mais caro.
Uma segunda pesquisa, desta vez realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica um aumento variável no almejado kit churrasco para a Copa do Mundo. O relatório apontou o encarecimento das carnes bovinas, suínas e bebidas em 5,8% nos últimos 12 meses, percentual acima da inflação geral que acumulou 5,02%.
As grandes vilãs do kit churrasco para a Copa do Mundo são as bebidas, cuja alta foi de 10,36%. O destaque fica por conta da cerveja, que está 11% mais cara. Tatiana Nogueira, economista da XP, explica que a escalada nos preços da carne vem antes mesmo da pandemia e está associada à:
- Maior demanda global;
- Alta dos grãos usados na produção de ração;
- Redução das áreas de pastagem com a crise hídrica de 2020 e 2021.
Já a cerveja e o refrigerante foram impactados pelo aumento nos custos de produção, especialmente de embalagens, que têm preços cotados em dólar.
Carnes mais caras pelo impacto da Copa do Mundo
Abaixo, veja o ranking das carnes que sofreram maior impacto no preço durante os últimos 12 meses.
- Linguiça: 6,38%;
- contrafilé: 5,56%;
- Picanha: 4,69%.
Por outro lado, alguns cortes se mantiveram estáveis ou até apresentaram uma leve queda no preço. São eles:
- Carré/bisteca: -3,88%;
- Pernil: -1,73%;
- Costela suína: -1,54%;
- Lombo: -0,12%;
- Fígado bovino: -11,63%;
- Costela bovina: -0,04%.
Inflação da Copa do Mundo
O levantamento da XP lista as principais altas, de 2018 a 2022, entre os itens que compõem a “inflação da Copa”. Confira abaixo:
- Pacote de figurinhas do álbum: 100%;
- Carne: 76,9%;
- Camisa oficial da seleção: 40%;
- Inflação oficial (IPCA): 26,3%;
- Refrigerante consumido dentro de casa: 26,1%;
- Cerveja consumida dentro de casa: 21,6%;
- Refrigerante consumido fora de casa: 21,5%;
- Cerveja consumida fora de casa: 17,5%;
- Álbum de figurinhas: 16,5% Televisor: 12,2%.
Televisores ficam mais caros pela Copa do Mundo
As televisões, itens indispensáveis para acompanhar os jogos, também ficaram mais caros desde a Copa do Mundo em 2018 na Rússia. De acordo com o levantamento da XP, o preço das TVs subiu 12,2% em relação à última competição.
Apesar do aumento abaixo da inflação, mas ainda surpreendente, na avaliação de Tatiana Nogueira. No geral, segundo a economista, a tendência é que o preço desse tipo de produto caia ou fique estável, e não suba.
“A tecnologia tem avançado muito rapidamente. São lançados novos produtos, os antigos ficam obsoletos e os preços caem. Podemos atribuir essa surpresa também à pandemia, porque tivemos restrições de oferta e uma quebra nas cadeias globais de suprimentos, especialmente de semicondutores”, afirmou.
A economista lembra ainda que a disparada nos preços desses itens que compõem o chamado “kit torcedor”, poderia ser ainda maior se a Copa do Mundo de 2022 acontecesse em julho, como normalmente é, e não em novembro, já que o Brasil registrou deflação nos meses de julho, agosto e setembro.