Em outubro, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,59%. Nos três meses anteriores, o indicador tinha apresentado uma deflação. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10).
Entre os meses de julho e agosto, o país tinha registrado uma deflação de, respectivamente, 0,68%, 0,36% e 0,29%. Com o indicador recente, o país acumula uma inflação de 4,7% neste ano.
Já no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação apresenta crescimento de 6,47%. Em outubro do ano passado, o IPCA tinha sido de 1,25%.
Para este ano, a meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,5% — com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, a inflação pode variar entre 2% e 5% para que a meta seja cumprida.
Destaques da inflação de outubro
Entre os nove grupos de serviços e produtos analisados pelo IBGE, oito registraram alta no mês de outubro.
Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, “há um claro contraste, porque alimentação e transportes, os dois grupos de maior peso, tiveram variação negativa em setembro e altas em outubro”.
Nos alimentos, o aumento foi influenciado pela alimentação no domicílio (0,80%). Juntas, a batata-inglesa (23,36%) e tomate (17,63%) contribuíram com 0,07 ponto percentual do resultado total de outubro.
Neste grupo, também houve variação para cima na cebola (9,31%) e frutas (3,56%). Entre as quedas registradas no mês, os destaques foram o leite longa vida (-6,32%), que já tinha recuado 13,71% em setembro; e o óleo de soja (-2,85%), que apresentou a quinta queda seguida.
Já em transportes, o gerente de pesquisa cita dois fatores impactantes: “Além do aumento da passagem aérea, de 27,38%, também foi importante o recuo no preço dos combustíveis, de 1,27%, menos intenso do que no mês anterior, quando a queda foi de 8,50%”.
O grupo que teve o aumento mais intenso em outubro foi Vestuário (1,22%). Isso se deve ao aumento nos valores de roupas masculinas (1,70%) e das roupas femininas (1,19%). Kislanov, afirma que essa alta vem acontecendo desde a retomada do isolamento.
Estas foram as variações dos grupos em outubro:
- Vestuário: 1,22%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,16%
- Alimentação e bebidas: 0,72%
- Transportes: 0,58%
- Despesas pessoais: 0,57%
- Artigos de residência: 0,39%
- Habitação: 0,34%
- Educação: 0,18%
- Comunicação: -0,48%