Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente do país às 19h57 do dia 30 de outubro. Pouco tempo depois os caminhoneiros e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram em diversas rodovias federais e estaduais paralisando o acesso dos veículos, logo prejudicando o funcionamento de todo país. Logo, surgiu o questionamento se o protesto também estaria ligado ao receio do fim do auxílio caminhoneiro pago no atual governo.
De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), até às 23h da segunda-feira (31), pelo menos 25 estados contavam com pontos de paralisação, apenas Amapá e Alagoas não tinham ocorrências registradas. Embora não tenha a mesma proporção das paralisações de 2018, o bloqueio das rodovias prejudica o tráfego de veículos causando engarrafamento de pelo menos 12 horas. O motivo é o descontentamento pela vitória de Lula nas eleições.
A paralisação parece não ser um consenso de toda a classe trabalhadora, inclusive porque a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) divulgou uma nota de repúdio nesta segunda-feira, 31.
O protesto dos caminhoneiros tem sido chamado de ato “antidemocrático”, por conta do questionamento do resultado das eleições.
Todo esse cenário se torna ainda mais problemático porque Bolsonaro ainda não fez um discurso oficial sobre o resultado das eleições, e parabenizando Lula pela vitória, o que é de praxe. O “sumiço” do presidente também pode provocar ainda mais a revolta dos caminhoneiros, já que a classe age como manifesto em prol do atual presidente.
Lula vai acabar com o Auxílio Caminhoneiro?
O governo Lula ainda não se posicionou a respeito da continuidade do Auxílio Caminhoneiro. Esse benefício foi criado pelo governo Bolsonaro com o pagamento de seis parcelas no valor de R$ 1 mil cada.
A criação surgiu justamente para tentar estreitar os laços do atual governo com essa classe, depois do aumento no valor do óleo diesel.
A verba extra de R$ 5,4 bilhões ficou acima do teto de gastos, e previu a liberação do auxílio aos caminhoneiros apenas até dezembro deste ano. Por isso, caso o governo Lula quisesse prorrogar o pagamento seria preciso justificar de onde viria a fonte de custeio.
O protesto não tem relação com a continuidade do auxílio, mas sim pelo descontentamento dos apoiadores de Bolsonaro. E não se trata apenas de caminhoneiros, em Itajaí (SC), por exemplo, Janderson Maçanero, caminhoneiro que faz parte dos protestos atuais, diz que a movimentação é composta por 20% de caminhoneiros, e o restante dos manifestantes são cidadãos de diferentes profissões.
