Vai voltar? Entenda os planos de Paulo Guedes para criação de nova CPMF após as ELEIÇÕES

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende dar prosseguimento à agenda econômica, o que inclui propostas que não foram deixadas de lado no governo Bolsonaro. Uma das medidas buscadas é a desoneração da folha de pagamento. Para bancar a medida, ele visa adotar um imposto similar à CPMF.

Vai voltar? Entenda os planos de Paulo Guedes para criação de nova CPMF após as ELEIÇÕES
Vai voltar? Entenda os planos de Paulo Guedes para criação de nova CPMF após as ELEIÇÕES (Imagem: Montagem/FDR)

Conforme apurado pela Veja, Paulo Guedes pretende adotar um imposto sobre transações financeiras nos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que foi aplicado de 1997 a 2007.

A última taxa do CPMF foi de 0,38%. A ideia do ministro da Economia seria de aplicar uma alíquota maior, entre 0,74% e 0,78%. Esse modelo estudado é defendido pela Confederação Nacional de Serviços (CNS).

Em reuniões com empresários, Paulo Guedes tem defendido a desoneração da folha de pagamento. No entanto, ele vem evitando comentar a questão de uma nova CPMF. Isso se deve à impopularidade da temática entre as pessoas, em período próximo às eleições.

Na última semana, em encontro com o Instituto Unidos Brasil, o assessor especial de estudos econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, alegou que a criação de uma espécie de CPMF não é algo de agrado da equipe econômica, porém, é melhor que os encargos sobre afolha de pagamento.

Sobre a CPMF e a desoneração, num momento inicial — se Bolsonaro for eleito — Paulo Guedes trabalha com a hipótese de desonerar somente metade do imposto sobre folha em troca da nova CPMF. A continuidade do projeto seguiria em momento posterior.

Como a CPMF funcionava

Entre 1997 e 2007, vigorava a CPMF, que era um imposto que incidia sobre movimentações financeiras dos brasileiros.

O tributo incidia sobre todas as movimentações bancárias — menos em saques de aposentadoria, seguro desemprego, negociações de ações na bolsa de valores, saques e transferências entre contas correntes de mesma titularidade.

Ao longo dos 11 anos de existência do tributo, foram arrecadados R$ 223 bilhões. No último ano de vigência do imposto, o recolhimento chegou a R$ 37,2 bilhões. Os números fazem parte de balanço publicado pela Receita Federal.

Durante o tempo de governo de Jair Bolsonaro, houve a tentativa de recriar a CPMF. No entanto, no primeiro ano de mandato, as propostas sobre a temática tiveram forte oposição do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e até mesmo do presidente.

Em meio à repercussão negativa, o secretário da Receita Federal em 2019, Marcos Cintra, chegou a ser demitido.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.