O mercado financeiro melhorou, pela décima sétima semana consecutiva, a previsão de inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para este ano. As perspectivas, que fazem parte do boletim Focus, foram divulgadas nesta segunda-feira (24) pelo Banco Central.
No boletim Focus mais recente, os economistas reduziram a previsão de inflação para este ano de 5,62% para 5,60%. Quatro semanas atrás, o mercado tinha indicado que o IPCA seria de 5,88% no fim de 2022.
O ciclo de melhora nas estimativas de inflação acompanha a aprovação da lei que reduz o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Financeiros (ICMS) sobre diversos itens. A medida foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em junho deste ano.
O projeto aprovado limita a aplicação de alíquotas de ICMS para energia elétrica, gás natural, combustíveis, transporte coletivo e comunicações. O texto classifica esses itens como indispensáveis e essenciais. Por conta disso, os estados não podem cobrar uma taxa acima da alíquota geral de ICMS.
Previsão para a inflação deste ano segue acima da meta
Mesmo com a melhora pela décima sétima semana consecutiva, a previsão continua acima da meta de inflação para este ano.
Conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o centro da meta de inflação é de 3,5% — e tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Como forma de manter a inflação dentro da meta, o Banco Central tende a ajustar a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a taxa de juros está em 13,75% ao ano. Por conta da inflação elevada observada nos últimos anos, a autoridade monetária passou a subir os juros em março do ano passado.
Previsão de inflação para o próximo ano
Pela segunda semana consecutiva, os economistas diminuíram a perspectiva de inflação para 2023. Dessa vez, a estimativa caiu de 4,97% para 4,94%. Há quatro semanas, a perspectiva era que o aumento dos preços encerrasse o próximo ano em 5,00%.
Da mesma forma, a nova perspectiva de inflação continua acima da meta definida pela CMN. Para 2023, o centro da meta é de 3,25% — com a mesma margem de aceitação de 1,5 ponto percentual.