Influenciadores financeiros que passarem dos LIMITES terão GRAVES consequências

Nesta quarta, 21, João Pedro Nascimento, presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) afirmou que a autarquia não vai tolerar influenciadores que passam do limite do que seria uma influência e que começam a realizar análises de investimentos, dando conselhos e fazendo recomendação de ativos. 

“Isso a gente não pode tolerar porque estão invadindo a esfera dos nossos agentes regulados, estão entrando no perímetro da CVM”, afirmou ele em entrevista dada durante o evento MKBR22, promovido pela B3 juntamente com a Anbima.

João explicou que isto não é uma maneira de limitar a liberdade de expressão de ninguém. “A gente vai seguir aprimorando e esperamos olhar para os influenciadores e ter um cuidado para que eles não invadam a prerrogativa de agentes regulados, mas ao mesmo tempo tentar enxergar neles algumas oportunidades para que a CVM multiplique a mensagem da educação financeira”, disse ele.

No mês passado, muitos usuários do Twitter ligados ao mercado relataram ter recebido um e-mail do que seria a área legal da rede social solicitando dados a pedido da CVM. Ao ser questionada sobre isso, a Comissão confirmou que remeteu o ofício para o Twitter solicitando que fossem informados dados como CPF, endereço de e-mail, data de nascimento e telefone. Este ofício integrava um processo no âmbito da Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI).

Passo Importante 

Na visão dada ao E-Investidor pelo professor consultor de valores mobiliários da T2 Educação, Tiago Feitosa, esta atitude da CVM além de ser positiva, é necessária para o amadurecimento do mercado brasileiro de capitais.

“A profissão de educador financeiro não é regulamentada, o que significa que qualquer pessoa pode exercer essa atividade, tendo conhecimento. E muitas delas acabam optando por usar a internet, o que é legítimo, dado a falta de educação financeira que temos no Brasil, Acontece que para o investidor pessoa física é muito difícil distinguir quando a informação recebida é educacional ou comercial”, disse ele.

Tiago disse ainda que diversos influenciadores vem dando recomendações claras, alegando que estão transmitindo conteúdo educacional. Além de atuar de maneira irregular, esta prática pode causar distorções nos preços dos ativos.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.