No evento “E Agora Brasil?”, realizado nesta terça, 20, o ex-presidente Michel Temer afirmou que o apoio de Henrique Meirelles na candidatura de Lula é positiva. O evento foi promovido pelo Valor e pelo jornal “O Globo”.
Na visão de Temer, o apoio de Henrique Meirelles pode ajudar a campanha de Lula a valorizar o teto de gastos, que foi criado durante seu mandato.
“Eu achei boa (o apoio de Meirelles na candidatura de Lula). No meu governo, o Meirelles foi um dos patrocinadores do teto. Ele estando lá ao lado do Lula, se o Lula for eleito, vai poder explicar aos lulistas qual é a vantagem do teto de gastos. Eu achei útil, porque isso poderá dar sequência à responsabilidade fiscal que nós inauguramos no meu governo”, afirmou Temer no evento.
Lula vem repetindo ao longo de sua campanha que tem a intenção de acabar com o teto de gastos, regra que foi aprovada em 2016 através de uma emenda constitucional que estabeleceu um novo regime fiscal para o país. O objetivo é o de limitar os gastos do governo ao mesmo patamar do ano anterior, corrigido pela inflação.
Outros candidatos também sinalizam o desejo de discutir novamente o teto de gastos para abrir mais espaço para investimentos públicos.
No fim do evento, no entanto, Michel Temer demonstrou receio com a extinção do Teto de Gastos. “Eu espero, um pouco ingenuamente, talvez, que seja mantido. Quando falo com empresários fora do Brasil, o que mais perguntam é o que vai acontecer nas eleições e também o que vai acontecer com a credibilidade que nós implantamos por meio de teto de gastos”, disse ele aos jornalistas presentes.
Ao ser perguntado sobre o crescimento lento do Brasil mesmo depois das reformas implementadas em seu governo, Michel Temer disse os investimentos não aparecerão simplesmente após a assinatura de uma lei. Afirmou ainda que a instabilidade atrapalha e em sua avaliação, diante da queda dos investimentos das empresas nacionais nos últimos anos, o Brasil necessita chamar a atenção de investidores internacionais, o que reforça a necessidade de se manter a credibilidade fiscal.
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