De acordo com o sócio-fundador da Verde Asset Management, Luis Stuhlberger, “um aceno moderado do PT”, se o candidato Lula vencer as eleições de 2022, “é suficiente para trazer mais investidores estrangeiros”, afirmou ele ao Valor Econômico. No entanto, Luis diz que uma simplificação tributária precisa ser aprovada na tarefa de atrair o capital externo, mesmo que isto cause resistência da sociedade.
Stuhlberger disse ainda que o investidor estrangeiro gosta de apostar no Brasil. “Somos o inferno fiscal, tributário e trabalhista, mas ao mesmo tempo não somos o inferno para o estrangeiro”, afirmou ele em um painel em evento realizado pela B3 juntamente com a Anbima. Na visão dele, nosso país não é hostil com investidores estrangeiros, como acontece em outros países.
O executivo disse em outro momento do painel que ninguém sabe ainda o que o candidato “Lula quer da vida”, mas já é certo que ele deseja passar para a história como um estadista. “O problema é que a esquerda acredita que o Estado tem que ser o indutor do crescimento, que se ele não gasta, o crescimento não vem. Esse vai ser um dilema, juntamente com a governabilidade, que vai ser mais difícil”, falou.
Luis, no entanto, disse que a vantagem caso Lula ganhe as eleições é que provavelmente seu governo não será radical, característica positiva para o mercado.
Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras e atual presidente do conselho de administração da BRF, também esteve presente nesse mesmo painel e afirmou que a melhora na relação entre o Brasil e China, que é uma expectativa caso Lula vença as eleições, deve ajudar a chamar a atenção de investidores estrangeiros para o Brasil. “Não estou defendendo, nem declarando voto, mas com a esperada melhora da relação teremos uma oportunidade de recuperar a atratividade”, disse.
Na visão de Pedro, o Brasil atravessa atualmente um momento único, podendo se tornar o país emergente escolhido por investidores estrangeiros, levando em conta fatores como guerra que envolve a Rússia. Em um cenário como este, uma relação amistosa com a China pode trazer pode trazer oportunidades “extraordinárias”.