Foi descoberto, pela Polícia Federal, um esquema de fraudes que poderia custar quase R$ 500 milhões pagos em benefício do governo. Uma das atitudes que levantou as suspeitas e chamou a atenção para um possível desvio ilícito foi a reativação de contas de beneficiários do INSS.
De acordo com Cléo Mazzotti, coordenador geral da Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal, o esquema fraudulento foi detectado através do uso de ferramentas de análise de dados. Foram detectadas milhares de reativações de contas que recebiam benefício do Instituto de Seguro Social.
As investigações apontam que cerca de 29 acessos de servidores podem ter sido realizados a partir de senhas hackeadas. As contas onde os benefícios deveriam ser depositados foram alteradas. Esse fato chamou a atenção da Polícia Federal pela discrepância dos dados informados e os de depósito.
Um dos padrões seguidos entre as suspeitas de fraudes é que a reativação acontecia em contas onde o valor a receber girava abaixo dos R$100 mil, o que deveria desviar a atenção dos órgão de controle.
Após a análise de diversos indícios, os pagamentos considerados suspeitos começaram a ser bloqueados para que uma investigação pudesse determinar a ilicitude dessas contas. Com isso, mais de 13 mil benefícios estão sendo reavaliados antes que o dinheiro possa der liberado.
A expectativa é de que os autores das fraudes sejam encontrados mas, quanto ao dinheiro, as possibilidades de reaver os recursos para o INSS são baixas. Por isso, a atitude mais urgente foi a do bloqueio das contas. Apenas depois da verificação mais aprofundada dos casos será possível somar quanto dinheiro realmente foi desviado pelas fraudes.
Medidas de segurança para o beneficiário do INSS
Visto como um constante alvo para fraudes, o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) teve que aumentar o nível de mecanismos de segurança para não sofrer com o desvio ilegal de sua verba.
Estes processos servem como proteção não só para o próprio fundo mas também para os beneficiários, que podem ser lesados em caso de acesso indevido à sua conta ou desvio de seu benefício. O investimento para evitar esses problemas custou R$ 1,34 milhões aos cofres públicos e tem validade de três anos.
Agora, para acessar sua conta, o beneficiário tem que inserir sua senha pessoal; em um segundo momento, deve passar pela verificação feita em duas etapas, a primeira com código enviado ao celular cadastrado, e a segunda é um token que é colocado no computador e destrava o sistema de acesso do INSS.
Essas três etapas aumentam o nível de segurança e criam mais barreiras contra ações fraudulentas. Além disso, é importante que o beneficiário se mantenha atento a qualquer notificação estranha ou acesso desconhecido em sua conta.