Não é preciso olhar nenhuma pesquisa para saber que a maioria dos brasileiro passa por problemas financeiros, se você não estiver nessa condição, com toda certeza conhece alguém que está.
Para aumentar nosso campo de visão sobre esse problema foi que a CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, divulgou em seu último relatório, no começo de agosto de 2022, que 79% do total das famílias do nosso país estão endividadas.
O número de inadimplentes, ou seja, pessoas que estão com as dívidas em atraso, também aumentou, alcançando 29,6% dos lares.
Com a inflação ainda em patamares altos, a taxa Selic, nossa taxa mãe, é utilizada como instrumento para frear a inflação e continua nas alturas, nos seus 13,75%a.a.
Como consequência, as taxas cobradas nas linhas de crédito e de renegociação sofrem o impacto, tendo assim taxas mais elevadas, tornando as linhas de crédito mais caras para quem precisa delas.
O que gera uma necessidade de as pessoas endividadas encontrarem soluções, que podem vir por parte dos governos e empresas – para que possam ter maior facilidade para liquidar as suas dívidas e honrar com seus compromissos.
O que vem por aí?
Estamos em ano de eleição, e é preciso saber o que os candidatos pensam sobre o tema e vamos além – é preciso saber qual o projeto para atender 79% das famílias brasileiras que estão endividadas.
Cada candidato possui um projeto, o famoso Plano de Governo que desenha como serão os próximos 4 anos. Infelizmente temas como educação financeira não são citados nos documentos dos principais presidenciáveis, mas para alguns o tema do endividamento é tratado.
Planos do Ciro Gomes
Conforme a entrevista ao Jornal Nacional, na Rede Globo de televisão, Ciro trás a pauta através da criação da Lei Anti Ganância.
Com ela, seria delimitado um teto de custos de empréstimos, segundo Ciro, a lei tem a intenção de proibir os bancos e financeiras de cobrarem mais de duas vezes o valor de um empréstimo ou de uma dívida.
O objetivo é conter o que ele chama de “juros abusivos” na concessão de crédito.
Por mais que a ideia seja boa e faça sentido quando vista pelo lado da população, seria necessário a aprovação da mesma no Congresso, e para tal é essencial que a ideia saia do discurso e esteja estruturada com planejamento, para que seja aprovada, caso este seja o futuro Presidente do Brasil.
No caso, a Lei Anti Ganância de qual Ciro vem falando não está inclusa no seu plano de governo.
Planos do Lula
Já no Plano de governo do ex- presidente Lula o tema é abordado.
A proposta é renegociar dívidas de famílias e empresas, por meio dos bancos públicos e de incentivos para que as instituições privadas ofereçam condições adequadas aos devedores.
O projeto engloba dívidas bancárias (empréstimos, financiamentos e cartão de crédito) e não bancárias (redes de lojas e contas de consumo como água, luz e telefone).
Para os bancos o objetivo é incentivar descontos, alongamento de prazos e menores custos para o pagamento das linhas de crédito.
O que tornaria isso viável seria uma diminuição dos depósitos compulsórios, que é um depósito feito pelos bancos para o Banco Central (BC). O que deixaria mais dinheiro na mão dos bancos tornando o empréstimo de dinheiro mais barato, respeitando a lei de oferta e demanda.
Já nas empresas do varejo e empresas de consumo, Lula anunciou o programa “Desenrola, Brasil”.
O objetivo também é facilitar as condições de pagamentos de quem está com o nome negativado. A ideia é que isso se torne possível através da criação do Fundo Garantidor de Crédito, que seria bancado pelo governo via títulos da dívida ou orçamento.
Planos da Simone Tebet
Assim como Ciro, a candidata também não aborda o tema em seu Plano de Governo.
Mas, conforme sua assessoria de imprensa, a ideia é incentivar as instituições financeiras a promoverem barateamento dos serviços, incentivando a competição entre as mesmas.
Afinal, a instituição que cobrar menos, provavelmente é a que conseguirá negociar e liberar mais linhas de crédito.
Planos do Bolsonaro
Somando no time, Bolsonaro também não aborda o tema no Plano de Governo, mas no documento existe um reconhecimento do atual problema social de agravamento da situação financeira das famílias.
No documento, o candidato aposta no fluxo do “Ciclo da Prosperidade” que para este seria o aumento da oferta de emprego, que causaria o aquecimento na economia, consequentemente baixando as taxas e gerando melhores condições para que a população possa quitar suas dívidas.
No mais é preciso ficar de olho nas propostas e atentos ao que realmente será feito, mas não podemos esquecer que as dívidas estão aí, veja no conteúdo publicado nesta coluna o Passo a Passo que pode te ajudar a sair do endividamento.