DEFLAÇÃO é insuficiente para BARATEAR o valor dos alimentos. Entenda os motivos

Embora o mês de julho e agosto tenham registrado deflação, quando os itens básicos de sobrevivência do consumidor têm queda de preço, o índice parece insuficiente. Principalmente quando se considera os alimentos, este grupo ainda continua tendo valor que ocupa grande parte do orçamento do brasileiro. Em julho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) marcou alta de 14,72% nos últimos 12 meses para alimentos e bebidas.

DEFLAÇÃO é insuficiente para BARATEAR o valor dos alimentos. Entenda os motivos
DEFLAÇÃO é insuficiente para BARATEAR o valor dos alimentos. Entenda os motivos (Imagem: FDR)

A prévia da inflação de agosto registrou queda de 0,73%, o que marcou uma nova deflação. Ainda assim, os alimentos continuaram subindo 1,12% no mês. Oficialmente, a inflação de agosto será divulgada na sexta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A expectativa do mercado é que os índices continuem caindo, como já era previsto.

Considerando o mês de julho, alguns itens alimentícios demonstraram aumento de valor de forma mais expressiva. Como foi o caso do: mamão (99,39%), a melancia (81,60%), a cebola (75,15%), o morango (73,86%), a batata-inglesa (66,82%) e o leite longa vida (66,46%).

No mesmo mês, julho, a deflação registrada foi de 0,68% sendo a primeira registrada em um período de dois anos. A queda foi puxada pela diminuição na cobrança de preços dos combustíveis, e da energia elétrica para aquele mês. Uma das explicações foi o fato do imposto ICMS ter sido cortado para estes itens, limitado em 17% a 18%.

Mesmo com a deflação, por que os alimentos continuam caros?

Segundo o especialista Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group, empresa especializada em gestão de investimentos, ouvido pelo portal UOL, a guerra da Rússia e Ucrânia continuam trazendo impactos para a economia brasileira. Isso porque, esses países são grandes potências na produção de insumos agrícolas.

A guerra diminuí a oferta destes produtos no mercado, e aumenta seus valores para o mercado internacional, impactando no consumidor final. Além disso, a pandemia de Covid-19 também provocou a diminuição na produção de alimentos em todo o mundo, já que os centros ficaram parados.

Outro fator que deve ser levado em conta, dessa vez trazido ao UOL por Matheus Peçanha, economista da FGV/Ibre, é o fato do clima ter atingido a colheita dos alimentos. No inverno é comum que a entressafra atinja principalmente as verduras e frutas, diminuindo a oferta e aumento seu valor. Por hora, não existe expectativa para que o preço destes produtos caiam em curto prazo.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com