- Petrobras anunciou nova queda no preço da gasolina nesta semana;
- Preço da gasolina teve quatro quedas desde junho;
- Redução do ICMS influenciou no preço da gasolina.
O preço da gasolina está em queda no Brasil. Na última quinta-feira, (1º), a Petrobras anunciou a quarta redução seguida no preço do combustível desde meados do mês de junho. Pela última atualização, o preço de venda nas distribuidoras teve uma baixa de 7,08%.
Em um período inferior a três meses, o preço da gasolina teve uma queda de 19,2% nas refinarias. Em momento de pico, no dia 18 de junho, o combustível chegou a R$ 4,06. Esses são os valores iniciais da cadeia produtiva da gasolina.
É importante destacar que, o preço da gasolina também sofre os impactos dos lucros das distribuidoras e revendedoras, não apenas dos impostos. Somente então, são estabelecidos os valores que chegam ao conhecimento dos consumidores.
Os levantamentos periódicos acerca do preço nas bombas são feitos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os quais também evidenciam a queda expressiva no preço da gasolina.
Ao analisar os dados correspondentes aos últimos 75 dias, nota-se que o valor médio do litro vendido ao consumidor foi reduzido em 29%, passando de R$ 7,39 para R$ 5,25.
A queda drástica é uma combinação entre o barateamento dos combustíveis no mercado internacional junto à redução forçada dos impostos devido à proximidade do pleito eleitoral. Isso porque, os combustíveis compõem um dos principais motores da inflação brasileira.
Principais motivações para a redução no preço da gasolina
Queda no petróleo
O preço da gasolina sofre influência direta da queda do petróleo no mercado internacional. Entretanto, existem preocupações acerca de uma possível desaceleração do crescimento mundial, o que contribui diretamente para a queda do preço da commodity.
Os contratos futuros de petróleo tiveram um recuo inferior a US$ 100 nas últimas semanas. Em 2022, o barril de petróleo tipo brent atingiu o patamar de US$ 140 em meio aos impactos da guerra na Ucrânia. Na época, a preocupação era a de que haveria um descasamento na produção e oferta.
Tributação reduzida
O repasse da Petrobras para as distribuidoras é apenas uma parcela do preço do combustível destinado ao consumidor final. Com a proximidade das eleições, o governo Bolsonaro aproveitou as medidas tributárias para auxiliar na redução dos preços.
Neste sentido, no final do mês de junho, começou a vigorar a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre itens essenciais, como combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.
O ICMS é um imposto estadual, compõe o preço da maioria dos produtos vendidos no país e é responsável pela maior parte dos tributos arrecadados pelos estados.
Essa mesma legislação também foi responsável por zerar as alíquotas dos tributos federais incidentes sobre a gasolina que, em junho, representavam cerca de 10% do preço do combustível vendido ao consumidor, segundo dados da Petrobras.
No entendimento da economista do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Juliana Inhasz, o Governo Federal tem tentado, indiretamente, alterar o preço da gasolina.
“Tem influência nas tentativas de fazer a Petrobras reduzir o preço além da queda do petróleo, como, por exemplo, a redução de tributos que não se justifica economicamente através da análise fiscal”, ponderou.
Expectativas para o preço da gasolina no futuro
A expectativa é que o preço do litro da gasolina se estabilize ou até continue apresentando quedas por mais algum tempo. A perspectiva de especialistas é de que não ocorram novos aumentos no preço da gasolina até o final de 2022.
“É possível que a gasolina se mantenha nos patamares atuais ou até caia um pouco mais no decorrer de 2022”, disse o líder de análise da Warren Investimentos, Frederico Nobre.
Para André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas, a escalada de preço dos combustíveis dependerá do ritmo da economia mundial. Ele destacou que o mundo vive um período de inflação em alta, instigando os bancos a elevar as taxas de juros para conter a alta de preços.