Aumento da ISENÇÃO de impostos para este público causa POLÊMICA

A Receita Federal publicou uma medida que amplia a isenção de contribuições previdenciárias. A isenção de impostos foi assinada duas semanas antes do início da campanha eleitoral.

Aumento da ISENÇÃO de impostos para este público causa POLÊMICA
Aumento da ISENÇÃO de impostos para este público causa POLÊMICA (Imagem: FDR)

A isenção de impostos é sobre a remuneração de pastores. Esse grupo é um dos principais aliados do então presidente Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. A medida é vista como campanha eleitoral pelos adversários políticos.

Bolsonaro busca consolidar o apoio dos evangélicos na sua tentativa de reeleição. Assim, a ampliação da isenção de contribuições previdenciárias favorece diretamente seus aliados. A medida foi publicada no dia 1º de agosto, duas semanas antes de iniciar a campanha eleitoral de 2022.

O documento foi assinado pelo secretário especial da Receita, Julio Cesar Vieira Gomes. Esse é próximo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, que tem interlocução direta com o chefe do Executivo.

Mesmo diante das críticas da oposição, Bolsonaro declarou que a medida atende o pedido dos pastores que acreditavam existir uma perseguição por parte da Receita Federal. De acordo com a lista pública de devedores inscritos na Dívida Ativa da União, as entidades religiosas mantêm uma débito de R$ 1,02 bilhão.

A mudança foi devido a uma nova interpretação da legislação. “A consolidação do entendimento num único normativo permitiu otimizar a publicidade, tanto para os auditores-fiscais quanto para os contribuintes, trazendo ganhos de segurança jurídica, redução de litígios e de conformidade”, afirma o Fisco.

Prebenda recebe isenção de impostos

A prebenda é a remuneração paga ao pastor, sendo essa isenta de recolhimento de contribuição previdenciária. Porém, a isenção só é concedida desde que o valor tenha relação com a atividade religiosa.

Porém, a Receita Federal identificou que algumas igrejas usavam a prebenda para driblar a fiscalização. Dessa maneira, era distribuída uma espécie de participação nos lucros aos pastores.

Diante disso, a Receita Federal aplicou multas e exigiu o pagamento da alíquota previdenciária de 20% sobre os valores pagos aos líderes religiosos. Após isso, a busca por perdão tributário e pela flexibilização das regras passou a ser uma pauta da bancada evangélica no Congresso Nacional.

Com a nova regra, a Receita Federal afirma que em nota que “o recebimento da prebenda, seja em parcela fixa ou variável, não está sujeito à incidência de contribuição previdenciária”.

Glaucia AlvesGlaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.