No mês de julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, registrou queda de 0,68%. Isso significa que o país teve uma deflação no período. Esta foi a primeira queda no preços nos últimos 26 meses.
Diante da deflação apresentada em julho, o país teve a menor taxa desde o começo da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em janeiro de 1980.
A deflação recente foi puxada pela redução nos valores dos combustíveis, principalmente a gasolina e etanol, e também da energia elétrica.
A queda reflete as reduções no preço do combustível praticado nas refinarias pela Petrobras, além da diminuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações.
O que significa a deflação?
Se, por um lado, a inflação significa o aumento dos preços ao consumidor, a deflação, por outro lado, representa a queda dos preços. A inflação acontece quando chega a ficar negativo o índice de inflação — que, no Brasil, é o IPCA.
De qualquer forma, ainda existe a interpretação de que deflação significa uma queda generalizada dos preços. No caso da deflação registrada em julho, a queda aconteceu em somente dois grupos de nove pesquisados pelo IBGE. Estes foram os resultados no sétimo mês do ano:
- Alimentação e bebidas: 1,30%
- Habitação: -1,05%
- Artigos de residência: 0,12%
- Vestuário: 0,58%
- Transportes: -4,51%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,49%
- Despesas pessoais: 1,13%
- Educação: 0,06%
- Comunicação: 0,07%
Ao InfoMoney, o coordenador do curso de Economia da FGV em São Paulo, Emerson Marçal, explica que, para configurar deflação, todos os valores devem cair de modo sistemático. Segundo ele, índice menor que zero em um mês não é considerado deflação.
Quais os impactos da deflação para o seu bolso?
No contexto atual da economia, a deflação é favorável para o bolso das pessoas, que pagam menos em certos produtos. Com isso, os consumidores passam a ter mais alívio e o poder de compra melhora. A deflação também estimula o consumo.
Contudo, se a deflação durar por muito tempo, pode ser negativa. O Banco Central atua para manter a inflação baixa — e não para que os preços caiam. Por exemplo, com uma queda constante nos preços, um comerciante poderá ficar no prejuízo se ganhar menos amanhã pelo estoque feito hoje.
Já as famílias poderão adiar suas decisões de consumo se existir a previsão de que os valores ficarão mais baixos amanhã. Como resultado, a atividade econômica ficaria deprimida.