A partir da reforma das ofertas públicas que foi anunciada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), os investidores esperam obter um maior acesso a fundos imobiliários (FIIs) e uma maior transparência para tomada de decisões.
A autarquia editou na última semana, quatro de suas resoluções com a finalidade de conceder maior flexibilidade e rapidez nas operações do mercado de capitais. Este novo arcabouço regulatório começa a valer no início do ano que vem.
De acordo com especialistas procurados pelo portal InfoMoney, estas mudanças não alteram em nada as operações em si dos FIIs, que irão continuar, por exemplo, distribuindo normalmente os dividendos. Porém, estas alterações devem se refletir em maior liquidez ao mercado, isto é, ampliar o volume de negociações dos fundos.
A base para esta projeção é o ponto da reforma que agrega as instruções 400, que faz a regulação das ofertas para o público geral, e da 476, que apresenta ofertas limitadas aos investidores institucionais, profissionais e qualificados, que são aqueles que possuem mais de R$ 1 milhão em investimentos.
Na visão do head de FIIs do TC Matrix, Artur Losnak, esta unificação das instruções (que instituiu as resoluções CVM 160, 161, 162 e 163) irá permitir que os pequenos investidores, que são conhecidos também como varejo, participem em ofertas que até então não poderiam.
“E um número maior de investidores nas ofertas propicia maior liquidez nos ativos listados na B3. Vimos diversos fundos que fizeram oferta 476 nos últimos anos e não possuem liquidez relevante”, disse ele ao InfoMoney.
Neste sentido, Arthur acredita que uma maior quantidade de fundos imobiliários poderá trazer uma liquidez razoável, acima do patamar de R$1 milhão, e decorrente disso, a indústria como um todo garantirá um maior volume de negociação.
Losnak diz ainda que este maior acesso a ofertas fará com que apareçam novas oportunidades de investimento para os cotistas e citou os cerca de 400 fundos mobiliários que estão disponíveis no mercado neste momento.
Captações dos FIIs neste ano
Neste ano, os recursos captados pelas emissões dos fundos imobiliários permanecem abaixo do que foi registrado em 2021, segundo o FII Hedge Top FoF 3, que acompanha as novas ofertas do segmento.